Já é sabido que as plantas tóxicas têm efeito extremamente negativo na saúde dos animais, podendo comprometê-la gravemente ou levar o animal a óbito. Sylvio Lazzarini, autor do Livro AFE Saúde de Rebanho de Corte, afirma que os prejuízos causados podem ser grandes, haja vista que, ao comprometer a saúde, há uma queda na produtividade e, também, nos resultados da criação.
Depois de conhecer o nosso TOP 5 de plantas tóxicas de importância pecuária, fique atento a mais plantas que podem causar prejuízos à sua criação:
- Tasneirinha
A tasneirinha, também conhecida como flor-das-almas e maria-mole, se comporta como uma invasora de culturas e pastagens nativas. É uma planta pouco palatável e possui alcaloides pirrolizidínicos hepatotóxicos e causadores de lesão crônica irreversível. Os principais sinais de intoxicação pela tasneirinha são: agressividade, incoordenação, tenesmo (prolapso retal), diarreia, falta de apetite, paralisia ruminal, fezes com sangue, elevada atividade cardíaca.
- Cipó-preto
Presente em toda a região sudeste, intoxica os animais, principalmente, na seca. Inclusive, mesmo nesse período, se mantém verde, o que acaba por atrair os animais. É pouco palatável e apresentam heterosídeos flavônicos e esteroides na folha jovem; taninos condensados, alcaloides quaternários e esteroides na folha madura. Principais sintomas apresentados pelos animais intoxicados: edema de barbela e na região esternal, jugular com pulso positivo, aborto, relutância do animal em andar, emagrecimento progressivo, fezes ressecadas.
- Espichadeira
Seu princípio ativo responsável pela intoxicação é o calcinogênico, que provoca aumento na absorção de cálcio, o que leva à calcificação distrófica no endocárdio, artérias, tecidos moles e tendões. Esse princípio ativo também causa prejuízos nos tecidos moles dos animais e nos ossos. Animais intoxicados apresentam os seguintes sintomas: emagrecimento progressivo, pelos ásperos, sinais de fraqueza, abdômen retraído, dificuldade de locomoção e andar rígido, apoio das pinças dos cascos no chão, principalmente nos membros anteriores. Após movimentação brusca, os animais intoxicados apresentam insuficiência cardíaca e respiratória, caracterizadas por cansaço e dispneia, carpo ligeiramente flexionado e cifose, decúbito, pulso arterial duro, arritmias cardíacas.
- Cafezinho
O cafezinho apresenta alta palatabilidade e elevada toxicidade com efeito cumulativo. Seu princípio ativo responsável pela intoxicação é o ácido monofluoracético, presente na planta verde e em quantidade quadriplicada na planta seca. Sintomas: desequilíbrio dos membros posteriores, tremores musculares, movimentos de pedalagem, dispneia, membros distendidos, taquicardia, convulsão e morte. Esses sintomas aparecem rapidamente após o consumo da planta, podendo levar o animal a óbito de forma rápida.
- Coerana
Tem ocorrência em alguns estados brasileiros, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. O princípio tóxico da coerana são as saponinas (digitogexina e gitogenina). Principais sintomas: apatia e anorexia, narinas secas, pêlos arrepiados, ranger de dentes, andar relutante, sonolência. Quando em pé, o animal mantém a cabeça baixa ou apoiada em obstáculos, isolamento, diminuição dos movimentos do rúmen, salivação abundante, agressividade, hiperexitabilidade, tremores musculares.
- Fedegoso
Os principais sintomas apresentados pelos animais intoxicados pela planta Fedegoso são: diarreia com cólica e tenesmo em 2 a 4 dias após a ingestão, fraqueza muscular, ataxia dos membros posteriores e relutância em se mover. Mioglobinúria, decúbito esternal e lateral. Os animais podem adoecer mesmo após duas semanas de cessada a ingestão da planta. Ela causa a miopatia e cardiomiopatia degenerativa em muitas espécies bovinas. É uma leguminosa que possui N-metilmorfoline e o Oximetilantraquinona como princípios tóxicos.
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Fonte: Rehagro Blog – rehagro.com.br/blog/
por Renato Rodrigues