A criação de bovinos é uma atividade que desempenha função de vital importância no processo de desenvolvimento socioeconômico do Brasil. No entanto, essa atividade enfrenta vários problemas ligados à saúde dos animais. Trata-se da existência de plantas tóxicas nas pastagens, naturais e cultivadas, em várias regiões do Brasil.
Os prejuízos que as plantas causam à pecuária são frequentemente apontados não só no Brasil, como também no exterior. De modo geral, entre as razões que levam os animais a ingerir esses inimigos indigestos, merece destacar a falta de pastagens adequadas e a escassez de alimentos, fatores responsáveis pelas intoxicações e mortes dos mesmos. Como consequência, surgem os prejuízos econômicos que os pecuaristas têm de enfrentar.
Os efeitos das plantas tóxicas nos animais dependem do princípio tóxico nelas contido, da quantidade ingerida, da tolerância do animal à planta e das condições do ambiente onde eles se encontram. Sebastião Silva, autor do Livro Plantas Tóxicas – Inimigo indigesto, da Aprenda Fácil Editora, considera que “a resistência dos animais a algumas plantas pode ser inata ou adquirida. Se adquirida, a tolerância é alcançada com a ingestão frequente de pequenas quantidades das plantas, desde que o princípio tóxico não apresente efeito acumulativo no organismo do animal.”.
Apresentamos o top 5 das plantas tóxicas mais conhecidas, bem como dados relativos à intoxicação:
5 – Trombeta
Popularmente conhecida no seu diminutivo, a trombetinha é uma espécie de trepadeira de ramos vigorosos e com flores com aspecto de “caídas”. Além das folhas, a brotação tem elevado teor de alcaloides misturados com glicosídios, que são tóxicos. Os animais que se alimentam dessa planta apresentam andar rígido, instabilidade e tremores musculares, deitando rapidamente ou caindo, ficando com os membros para trás, e apresentando, ainda, taquicardia e contração e dilatação das pupilas.
4 – Cicuta
Como o próprio nome sugere, é uma planta venenosa, também conhecida como funcho selvagem e salsa brava. É caracterizada por caule ereto, forte e flores brancas dispostas em umbelas compostas. Apresenta uma potente mistura de alcaloides, de onde se retira a cicuta, veneno conhecido desde a época Socratiana. Os animais que a ingerem, geralmente por estarem misturadas com os capins, logo perdem a força muscular, ficam tontos, tremem, apresentam desordem visual, depressão respiratória e circulatória e eventual paralisia.
3 – Olho-de-cobra
Olho-de-cobra, olho-de-pavão ou, ainda, ervilha-do-rosário é uma trepadeira perene, com caule cilíndrico e bastante ramificado. Os frutos são vermelhos e pretos, assemelhando-se a um olho, daí o seu nome popular. Têm em sua constituição o ácido bórico que, quando ingerido pelos animais, provoca gastroenterite severa, fortes diarreias, urina escassa e com temperatura elevada.
2 – Samambaia
A tão popular samambaia, samambaia-do-campo ou samambaia-das-taperas, é uma planta pequena que não produz sementes e se reproduz por esporos. Verde ou seca, possui uma tiaminase do tipo I, que é metabolizada para outras substâncias. Os sintomas são variados, que denotam o tipo de intoxicação. Os mais comuns são perda de peso, anorexia, distúrbios intestinais, com urina e fezes com presença de sangue, e hemorragias.
1 – Mamona
Apesar de ser mais conhecida por esse nome, a planta, que é altamente tóxica também para humanos, ainda recebe os nomes populares de palma-de-cristo e carrapateira. As folhas apresentam índices de ricina, mais concentrada nas sementes, que é altamente tóxica. Com a ingestão das folhas, os sintomas são de ordem neuromuscular. Os animais ficam desequilibrados, deitam-se, têm tremores musculares, apresentando, também, salivação excessiva, arrotos e morte rápida. Quando ingerem as sementes, a evolução é aguda, com diarreia sanguinolenta, insuficiência respiratória e renal, fraqueza e morte.
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Fonte consultada: Rehagro – rehagro.com.br
por Renato Rodrigues
