Augusto dos Santos, autor do Livro AFE Tilápia – Criação Sustentável em Tanques-rede, ressalta que a criação de tilápias em tanques-rede vem se tornando uma ótima opção para produtores rurais devido à sua facilidade de manejo durante a criação e na etapa de despesca, o que justifica também o fato de que essa é a principal espécie de peixe cultivada em nossos país.
É preciso destacar, ainda, que os tanques-rede, estruturas flutuantes e revestidas com tela, colocam-se em evidência como uma opção atrativa para os piscicultores por promover o cultivo intensivo, com maior densidade de estocagem, menor custo, alta produtividade e facilidade de manejo, garantindo bons resultados com a criação.
Nesse contexto, algumas informações se fazem necessárias para quem deseja investir nessa área:
Iniciando o cultivo
Antes de colocar em prática o cultivo de tilápias em tanques-rede, é imprescindível que se conheça a espécie, as condições ideais para utilização dos tanques-rede, o mercado consumidor e que se faça um projeto técnico e econômico.
A tilápia é de origem africana e possui hábito alimentar onívoro, isto é, se alimentam tanto de matéria vegetal quanto animal. Além de apresentarem bom desempenho zootécnico, proporcionam um bom rendimento de filé e é resistente a doenças, o que a classifica como uma espécie vantajosa para ser cultivada.
Os tanques-rede
Como mencionado, um tanque-rede é uma estrutura flutuante e que, como o próprio nome denuncia, faz uso de redes à sua volta. Mais do que resistentes, também devem ser duráveis, leves, seguros, resistentes à corrosão e à colonização por alguns organismos e têm a obrigação de facilitar a renovação da água, para que sejam eficientes. É composto por uma armação ou estrutura metálica, que pode ser de várias formas; por uma tela ou malha que seja segura e evite a fuga dos peixes e a ação de predadores; flutuadores, utilizados para que a estrutura permaneça boiando; comedouros; tampa; e bolsão de alevinagem.
Estruturas de apoio
Além dos tanques, para o desenvolvimento da atividade, outras estruturas também são necessárias, como uma plataforma de apoio ou balsa de manejo e um barco, que transportará pessoas e rações e permitirá a realização de outras atividades do manejo diário. Além desses, um galpão de armazenamento e depósito de ração, boias de sinalização e um sistema de iluminação também são necessários, bem como outras estruturas.
Planejamento da produção
A partir do momento em que o produtor planeja toda a sua atividade, é possível visualizar tudo com clareza, proporcionando a ele a oportunidade de definir os insumos necessários para a criação, dentre outros aspectos. O estabelecimento de uma meta – que pode ser anual ou semestral, por exemplo – deve levar vários outros aspectos em conta, mas é uma opção para o piscicultor.
Aquisição dos alevinos
Com toda a estrutura montada, o próximo passo consiste na aquisição de alevinos para serem criados. Em relação a essa escolha, é extremamente importante que se dê preferência a criadores idôneos e que comercializem peixes de qualidade. Seguindo, o transporte dos peixes até a propriedade deve ser feito com cuidado para que eles não cheguem estressados ou, em casos mais extremos, mortos. Recomenda-se evitar os períodos com calor mais intenso para a realização do transporte.
Alimentação dos peixes
Tendo em vista que os custos com a alimentação dos peixes são o maior investimento do piscicultor, a alimentação deve atingir todos os objetivos propostos para que ela seja considerada eficiente para que os peixes apresentem boa eficiência alimentar e crescimento adequado.
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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: criação de tilápias em tanques-rede. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2018. 108 p.; il. – (Coleção SENAR, 208)
por Renato Rodrigues