Nos últimos anos a carcinicultura – criação de camarões – se popularizou, deixando de ser um negócio apenas para grandes investidores e tornando-se atrativa também para pequenos produtores rurais. A evolução da atividade tem ocorrido a passos muito largos no Brasil, em um processo dinâmico e voltado, cada vez mais, à busca por ganhos em eficiência e competitividade.
Carlos Barbieri Júnior, um dos autores do Livro AFE Camarões Marinhos – Reprodução, Maturação e Larvicultura, informa que O Brasil vive um bom momento para o cultivo de camarões marinhos. Cada vez mais criadores têm se interessado pelo negócio, mas investir na produção de camarões requer conhecimento e técnica.
Tomando como base que a reprodução é uma etapa independente, a criação de camarões marinhos possui duas etapas básicas: a larvicultura e a engorda. Enquanto a primeira se ocupa da produção de camarões pós-larva, a segunda engloba todo o crescimento desse crustáceo até que ele atinja as características para a comercialização.
A seguir, apresentamos algumas informações básicas para que você possa iniciar sua criação de camarões marinhos:
Sistemas de cultivo
Há três formas de cultivo possíveis em relação ao cultivo de camarões marinhos:
- Sistema extensivo
O sistema extensivo é mais “flexível” e se aproxima do ambiente natural em que os camarões geralmente vivem. Isso porque a densidade dos tanques é baixa, a adoção de tecnologias é minimizada e o fornecimento de ração não é a principal forma de alimentação deles – nesse caso, se alimentam de organismos vivos que estão presentes nos viveiros de forma natural.
- Sistema semi-intensivo
É considerado um “meio termo”, haja vista que a densidade é maior do que a do sistema extensivo e os camarões são alimentados com rações balanceadas. Há também maior controle da produção e monitoramento da qualidade da água nos viveiros. É uma opção vantajosa e mais rentável que a extensiva.
- Sistema intensivo
Como se pode perceber, o sistema intensivo é o oposto do extensivo: além de adotar tecnologias, os produtores também investem em equipamentos, na alimentação de qualidade e a densidade dos viveiros é mais expressiva. Ainda, há manejo constante dos indivíduos e o monitoramento dos parâmetros da água dos viveiros é obrigatório.
Localização da criação
A localização de qualquer empreendimento produz impactos significativos nos resultados. Em relação à carcinicultura, é importante que o criador observe se a localização atende a requisitos básicos de um projeto e se apresenta viabilidade econômica, funcionalidade e adequação à legislação municipal, estadual e/ou federal. O ideal é que a elaboração desse projeto seja feita junto a um responsável técnico credenciado.
Pré-requisitos para iniciar uma criação
- Topografia da propriedade
Ainda que terrenos planos possam ser utilizados para dar início a uma criação de camarões marinhos, eles demandarão maior investimento para a escavação dos viveiros. Os mais indicados são aqueles que possuem inclinação suave de até 5%, o que proporcionará maior economia ao criador.
- Viveiros
Em relação ao tamanho dessas estruturas, é importante que siga o formato da área disponível, visando otimizar o aproveitamento para a construção. A padronização dos viveiros – em relação ao formato e às dimensões – é desejável, exceto quando há a necessidade de melhor aproveitamento da área e, por conta disso, o viveiro seja construído em formato irregular.
- Solo dos viveiros
É essencial que se conheça as características físicas do solo dos viveiros. Isso porque ele controle a estabilidade do pH da água e exerce influência em vários outros fatores. Ainda nesse contexto, a presença de minerais e matéria orgânica favorece a alimentação dos camarões por promover bom desenvolvimento do plâncton e de outros alimentos vivos consumidos por eles.
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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizage. Camarão marinho: preparação do viveiro, povoamento, manejo e despesca / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). — 1. ed. Brasília: SENAR, 2017. 92 p.
por Renato Rodrigues