Maria Luiza Sartório, autora do Livro AFE Cultivo Orgânico de Plantas Medicinais, declara que o cultivo de plantas medicinais em sistema orgânico garante uma produção mais racional, com equilíbrio e respeito aos ecossistemas. Além disso, o cultivo orgânico também permite alta qualidade às plantas produzidas.
Ainda nesse contexto, destaca-se que as técnicas de cultivo orgânico são as mais adequadas para a produção de plantas medicinais e aromáticas, pois permitem a obtenção de produtos de ótima qualidade, preservando, ao máximo, seus princípios ativos e aromáticos, sem utilização de agrotóxicos.
Haja vista que a produção orgânica tem como principais objetivos a manutenção do solo saudável e fértil e a não utilização de agrotóxicos, ela se configura como segura para os usuários das plantas medicinais, sem que a composição delas seja alterada com a utilização de adubos químicos.
É necessário, antes de qualquer coisa, diferenciar plantas medicinais de aromáticas e condimentares: enquanto as aromáticas são produtoras de óleos essenciais, as condimentares são empregadas para dar sabor, aroma e cor a alimentos; já as medicinais são aquelas utilizadas na prevenção, alívio ou cura de doenças, a partir do princípio ativo que cada uma produz.
Fatores que influenciam a produção de plantas medicinais
Para que se obtenha plantas com qualidade para a extração dos compostos medicinais, são vários os fatores que precisam ser observados e que fazem diferença no resultado do cultivo. Ainda, esses fatores também têm relação com a rentabilidade da produção, haja vista que o preço de comercialização é calculado a partir da quantidade de princípio ativo que se extrai das plantas.
Entende-se por princípio ativo a quantidade de compostos químicos produzidos pelos organismos vegetais, que possuem o potencial medicinal. É necessário estar atento à legislação em vigor, que estabelece parâmetros para o plantio, manejo e comércio desse tipo de planta.
Voltando aos fatores, são estes os principais:
- Localização geográfica
No que diz respeito à localização geográfica, deve-se ter em mente a altitude e a latitude, isto é, a altura em relação ao nível do mar e a distância da linha do Equador, que determinam o clima de uma região. Explicando melhor, ainda que as plantas consigam crescer e se desenvolver bem em certas regiões, não significa que elas produzam a quantidade necessária de princípios ativos. Logo, é perceptível que a localização geográfica tem grande influência na produção de plantas medicinais.
- Temperatura
De certa forma, relacionado ao tópico anterior, a temperatura é crucial para o cultivo de qualquer planta, haja vista que cada uma possui uma faixa ideal para que consiga expressar seu potencial máximo. Algumas, por exemplo, preferem locais mais frios, como é o caso da lavanda, ao passo que outras preferem regiões de clima quente, como o capim-santo.
- Luminosidade
A luminosidade, quando escassa ou em excesso, provoca diversas alterações indesejáveis nas plantas medicinais: quando não há luminosidade suficiente, ocorre o estiolamento e, quando há em excesso, a germinação pode ser inibida, as folhas podem sofrer queimaduras e as plantas podem acabar morrendo. De acordo com a espécie, verifique a exigência de cada uma e obedeça-a.
- Disponibilidade de água
Assim como a luminosidade, a água é um elemento crucial para manter as plantas sempre vivas e vigorosas. Quando a planta não recebe a quantidade suficiente, a sua produção de massa pode diminuir, acarretando mau rendimento por área plantada; quando a água é oferecida em quantidades superiores, há redução na produção de princípios ativos e as plantas ficam mais susceptíveis a doenças.
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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Plantas medicinais aromáticas e condimentares: produção e beneficiamento / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 124p,; il.
por Renato Rodrigues