Atualmente, é válido mencionar que, com o aumento na busca por uma alimentação saudável, os alimentos orgânicos saltaram para o topo preferência dos consumidores em muitos locais. Nesse contexto, a agricultura orgânica ganhou espaço e passou a ser interessante do ponto de vista comercial, sobressaindo-se em relação à convencional.
Jacimar Souza, um dos autores do Livro AFE Manual de Horticultura Orgânica, ressalta que a implantação e o manejo de um cultivo orgânico requerem conhecimento por parte do produtor para a obtenção de um produto com qualidade, haja vista que esse sistema se difere do cultivo convencional em alguns aspectos.
Para as pessoas que já possuem um sistema de cultivo convencional e se interessam pela agricultura orgânica, é necessário saber como realizar essa transição. Fique atento:
Diferenças entre a agricultura convencional e a orgânica
Em linhas gerais, é possível definir que a agricultura orgânica se diferencia da convencional pelo fato de não admitir o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, o que a torna mais saudável. Além disso, menciona-se que ela proíbe o uso de sementes transgênicas e que em relação ao sabor, à cor, à textura e ao cheiro dos alimentos, ela mantém todos naturais, sem quaisquer alterações que os defensivos agrícolas – usados livremente no cultivo convencional – são capazes de promover.
O que devo levar em consideração para converter a minha produção?
- Planejamento de Manejo Orgânico
Para controlar e potencializar as atividades do sistema orgânico, o plano de manejo orgânico deve ser elaborado. A partir desse plano, é possível controlar os custos da produção, acompanhar a evolução do sistema produtivo e identificar melhorias. Ele deve contar os mínimos detalhes de toda a produção, como o histórico de utilização da área de produção, a manutenção e incremento da biodiversidade, o manejo de resíduos e a conservação do solo e da água.
- Conversão
É possível imaginar que um processo como esse não acontecerá da noite para o dia. Há um período necessário para que a produção passe pela conversão até ser considerada orgânica. Por exemplo, há um mínimo de 12 meses em culturas anuais, para que a próxima produção seja considerada orgânica e de 18 meses em culturas perenes para que a próxima safra seja orgânica.
- Pontos importantes
Antes de iniciar, cinco pontos importantes demandam atenção do produtor: o diagnóstico, que compreende a análise técnica; o plano de ação, que deverá abarcar as mudanças graduais na produção; a técnica e o treinamento, para que produtores aprendam conceitos e técnicas de manejo da agricultura orgânica; as instruções normativas, isto é, a observação das legislações vigentes para que o produto receba o selo de orgânico; e o acompanhamento de um profissional capacitado, que poderá fornecer conhecimento necessário para o desenvolvimento de uma produção orgânica.
- Certificação
A certificação é um dos últimos passos para que a sua produção seja, de fato, considerada orgânica. Essa produção tem que seguir um modelo sustentável, haja vista que os produtos orgânicos devem estar classificados como tal nas prateleiras dos supermercados. Para seguir esse padrão, além de não utilizar agrotóxicos e fertilizantes químicos, é fundamental que a produção não agrida o solo nem o meio ambiente. Somente após a certificação, os produtos poderão ser comercializados.
A produção orgânica e o consumo atual
A transição de um cultivo convencional para o cultivo orgânico é relevante pelo fato de que o consumo de alimentos orgânicos, que antes era considerado um modismo, passou a ser um estilo de vida para muitas pessoas. Devido a isso, a constante demanda por esse tipo de alimento proporcionou um novo rumo para a agricultura, classificando a produção orgânica como a produção do futuro.
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Fonte: Paripassu – paripassu.com.bro/blog/
por Renato Rodrigues