Haroldo Nogueira de Paiva, um dos autores do Livro AFE Cultivo de Eucalipto – Implantação e Manejo, ressalta que a cultura do eucalipto é uma opção para atender à grande demanda de madeira, que teve um grande impulso nesses últimos 50 anos. Para que as florestas plantadas consigam atender ao mercado consumidor, há necessidade da escolha adequada de espécies e de ações para que o cultivo seja ideal.
É razoável destacar o cultivo de eucalipto como uma boa fonte de renda graças ao fato de que há um bom número de espécies com desenvolvimento rápido e que produzem madeira de boa qualidade. No entanto, para o cultivo, deve-se escolher a que mais se adapte às condições de que se dispõe.
Porém, é importante destacar que esse cultivo possui inimigos pequenos, mas capazes de causar um grande estrago: as formigas cortadeiras. Ainda que se forneça condições ideais para o cultivo e desenvolvimento do eucalipto, sem o controle dessas formigas, toda a atividade é comprometida.
Geralmente, esse controle é realizado antes do plantio. Abaixo, apresenta-se algumas estratégias para prevenir e combater esses inimigos indesejados:
- Iscas
O método que utiliza iscas para controlar as formigas cortadeiras é interessante para os produtores. Iscas granuladas devem ser espalhadas na área exata e em volta de onde as formigas atacam, especialmente no tempo seco. Esse tipo de controle é sistematizado.
- Aplicação direta
A aplicação direta é um tipo de controle localizado. Em outras palavras, aplica-se iscas formicidas para as formigas diretamente nos formigueiros. Diferentemente do método anterior, as iscas são aplicadas em pó ou por meio de termonebulizáveis. É necessário ter atenção com a aplicação dessas iscas.
- Controle biológico
Do ponto de vista ambiental, o controle biológico é o mais interessante. Isso porque demanda a utilização de inimigos naturais das formigas para controlá-las, a exemplo de sapos, rãs, tatus, tamanduás, lagartos e lagartixas.
- Controle natural
O método de controle natural também é viável e, como o próprio nome sugere, natural. Ele não faz uso de produtos químicos, apenas exige que se realize a movimentação do solo onde há formigueiros. Complementando, plantas jovens precisam de ter o caule “vestido” com cones de proteção, feitos a partir de garrafas de plástico. Plantas que repelem esses insetos funcionam, da mesma forma, como um complemento à técnica: batata-doce, gergelim e euforbiáceas.
Danos causados pelas formigas cortadeiras
Em primeiro lugar, menciona-se o fato de que o dano que as formigas cortadeiras causam pode variar de acordo com o tamanho do formigueiro. Por provocarem a desfolha do eucalipto, elas também podem representar danos maiores ou menores, de acordo com o nível.
Isso significa que elas produzem uma queda na produtividade e vão muito além da redução da área foliar e da capacidade de realizar fotossíntese. É possível avaliar a gravidade do ataque determinando a quantidade de formigueiros por hectare, contudo o prejuízo pode chegar a 50% de perdas ou a até 75% de custos e de tempo gasto no controle de pragas em reflorestamentos.
Controle de formigas cortadeiras
Antes de aplicar algum dos métodos mencionados anteriormente, determinar aspectos como o nível de infestação e desfolha e a identificação da espécie que ataca a plantação é imprescindível. Antes de plantar o eucalipto, realize um monitoramento rigoroso no local de implantação em um raio de pelo menos 50m de largura no entorno de toda a área, a fim de localizar formigueiros.
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Fontes: Secretaria de Agricultura e Abastecimento – São Paulo – cdrs.sp.gov.br
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por Renato Rodrigues