''O aumento de produtividade na agropecuária brasileira é crescente, desde a última década, mas surge uma questão: até quando esta busca por esse aumento será sustentável economicamente, visto que o preço de venda torna-se o maior entrave no sistema de produção atual? '' Quem nos deixa o questionamento é a professora Deise Guadelupe, autora do Livro Empresa Rural — Gestão para Iniciantes.
As medidas estruturais e de investimentos devem ser priorizadas para aumentar a rentabilidade da agropecuária brasileira. Como medidas podem ser citadas:
1) Administração da fazenda como uma empresa rural, de maneira eficiente com o objetivo de utilizar integral, permanente e racionalmente todos os recursos nela disponíveis;
2) Controle de custos de produção para análise de pontos críticos e tomadas de decisões no planejamento da empresa rural;
3) Prioridade à introdução de insumos intelectuais nas propriedades: consultorias, treinamentos, qualificação e bonificação de mão de obra;
4) Aumento da produção na mesma área (verticalização), incrementando o uso da terra, das máquinas, dos animais, da mão de obra, sendo assim, aumenta-se a escala de produção com redução dos custos fixos e, normalmente, aumento da rentabilidade do sistema.
Estudos de uma empresa americana de consultoria em recursos humanos (Watson Wyatt Worldwide) com diversas organizações (mais de 1.500), em todo o mundo, e em diferentes setores da economia, mostraram que as empresas que tiveram melhores retornos econômicos foram aquelas que investiram no seu capital humano, proporcionando treinamentos, melhores condições operacionais e de ambiente de trabalho, participação nas decisões e no lucro da empresa.
O uso das tecnologias, buscando produtividade para redução dos custos fixos e aumento da rentabilidade, é primordial para a pecuária bovina de corte moderna, entretanto, quando o preço de venda passa a ficar muito próximo dos custos de produção, essa rentabilidade cai, diminuindo a sustentabilidade ao médio prazo da atividade primária.
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Por Eduardo Silva Ribeiro.
