Walter Esfrain e Dalmo Lopes de Siqueira, autores do Livro AFE Planejamento e Implantação de Pomar, destacam a importância da fruticultura para o cenário nacional, no que diz respeito ao aspecto social – pois as frutas são um alimento muito popular e nutritivo – e ao aspecto econômico, dados os números da atividade no Brasil.
No entanto, para que elas cheguem diariamente à mesa de milhares de brasileiros, é necessário que ela passe por várias etapas. A implantação de um pomar começa com a semeadura e o cultivo da(s) frutífera(s) desejada(s) até que seus frutos se tornem maduros e de qualidade.
Depois disso, o fruticultor entra nas fases finais da sua atividade, que compreendem a colheita, o pós-colheita e, por fim, a comercialização. Quando todas elas são executadas corretamente, o resultado reflete no bolso do produtor, que lucra mais com suas frutas comercializadas.
Colheita
Para realizar a coleta dos frutos, o primeiro passo consiste no planejamento de toda a colheita. Os principais objetivos desse planejamento devem ser a otimização do uso da mão de obra, do tempo e dos frutos.
Toda a área precisa estar limpa para que seja mais fácil deslocar-se e visualizar os frutos. Os colhedores, equipados com EPIs – Equipamentos de Proteção Individual –, devem ser distribuídos nos setores, ruas ou linhas de plantio. Geralmente, os materiais utilizados por eles são foices, facas, podão ou facão, diferentes tipos de tesouras, cesto para colheita e coldre ou porta-tesoura.
Pós-colheita
Coletados todos os frutos, eles precisam ser recepcionados em um local para que sejam embalados para a comercialização. Ao recebê-los, porém, têm que passar por um processo de “controle de qualidade”, no qual são retirados restos florais e são separados os frutos com defeitos.
De acordo com as exigências do mercado consumidor, os frutos demandam lavagem para que as impurezas que ainda estão aderidas a eles sejam removidas. Alguns produtos poder ser utilizados com essa finalidade, como detergentes, sulfato de alumínio e hipoclorito de sódio. Todavia, por exemplo, frutos como a uva, a pinha e a atemoia são mais sensíveis e não devem ser lavados.
Finalizando o pós-colheita, é hora de selecionar e classificar os frutos. A seleção tem que ocorrer de acordo com o padrão exigido pelo mercado, isto é, são selecionados os que não possuem manchas, ferimentos ou defeitos que modifiquem muito sua aparência. A classificação é realizada de acordo com o tamanho, o peso, a coloração e a qualidade do mercado consumidor, para que frutos com qualidade superior, possam, por exemplo, ser comercializados por um valor mais alto.
Comercialização
A última etapa da fruticultura abarca os processos de beneficiamento, de embalagem, de compra, de venda e de logística. Recomenda-se mapear o mercado consumidor para entender quais são suas exigências e necessidades, o que torna possível um cultivo com menor risco de comercialização.
Em muitos casos, o consumidor é a ponta final de toda a estrutura produtiva da fruticultura. Por conta disso, a grande chave para o sucesso consiste em estar sempre atento ao que eles desejam, para que seu produto seja “ideal” para eles. Indústrias, cooperativas, atacadistas e varejistas são exemplos de clientes, cada um com uma demanda específica.
Outro ponto a ser levado em conta é o fato de algumas frutas apresentarem produção sazonal, ou seja, somente em algumas épocas do ano. Com isso, toda a atividade precisa ser minuciosamente planejada, pois, teoricamente, o produtor só lucrará com ela em determinados momentos.
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Planejamento e Implantação de Pomar
Cultivo de Coco Anão
Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Fruticultura: colheita, pós colheita e comercialização/ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). — 2. ed. Brasília: SENAR, 2017. 76 p. il
por Renato Rodrigues
