A meliponicultura é a atividade da criação de abelhas sem ferrão que, tal qual suas “primas” com ferrão, garantem uma grande variedade de produtos. De acordo com Juliana Silva de Oliveira, autora do Livro AFE Manual Prático de Criação de Abelhas, ressalta que apesar de não ser tão antiga, essa atividade já apresenta bons rendimentos.
Historicamente, as abelhas conhecidas como “melíponas”, foram engolidas pelas estrangeiras, isto é, aquelas que possuem ferrão, e acabaram perdendo espaço em nosso país. No entanto, há mais de 300 espécies delas aqui no Brasil e, devido a esse fato, elas precisam ser mais valorizadas.
Como escolher a melhor espécie de abelha sem ferrão para criação?
Antes de definir a espécie a ser criada, é necessário entender que as abelhas sem ferrão dependem muito do local onde vivem, pois necessitam de climas específicos e de recursos florais. Logo, a melhor opção sempre será criar a espécie que já habite o local onde a atividade será instalada.
Principais espécies de abelhas sem ferrão
Melipona scutellaris - Uruçu
É considerada uma abelha “grande” e produz mel em larga escala. É muito mansa e, por conta disso, recomendada para ser criada. Encontra-se em risco de extinção, pois é uma abelha mais seletiva em relação às flores que visita. Seu mel apresenta qualidade e propriedades medicinais, podendo chegar a ser produzido em quantidade próxima a 10 litros por ano em cada colônia.
Melipona quadrifasciata - Mandaçaia
Também recebe o nome científico de Melipona mandacaia. Visualmente, chama a atenção pelo seu porte grande. Seu nome, de origem indígena, significa “vigia bonito”, o que dá uma pista interessante sobre o comportamento da abelha mandaçaia: essa espécie mantém sempre uma abelha no orifício de entrada, como vigia. O mel possui um sabor mais agradável e é caracterizado por ser mais líquido do que o comum.
Nannotrigona testaceicornes - Iraí
Seu nome, também indígena, carrega consigo um pouco das suas origens. Está bem adaptada às áreas urbanas e constrói ninhos em muros de concreto, bloco de cimento e tijolos. É mansa e de fácil manejo, mas, ao mesmo tempo, tímida. Mais encontrada em regiões urbanas, costuma fechar a entrada da sua colônia à noite e abri-la pela manhã, mantendo algumas abelhas “guardiãs” nela. Produz própolis puro e viscoso em grande quantidade, mais até do que mel.
Tetragonisca angustula - Jataí
A jataí requer pouco espaço para criação e, devido a esses e outros fatores, ela é uma das espécies mais famosas entre as abelhas nativas sem ferrão. Apresenta rusticidade e capacidade de construção de ninhos e sobrevivência em diferentes locais, o que é uma vantagem em relação a outras espécies. Além de ser denso e bem aceito popularmente, o mel das abelhas jataí possui propriedades medicinais, o que agrega valor e garante mais lucros aos apicultores.
Melipona rufiventris – Uruçu-amarela
A uruçu-amarela, que também é chamada de tujuba ou tujuva, está presente em vários estados brasileiros, a exemplo do Piauí e do Mato Grosso do Sul, e oferece boas perspectivas aos meliponicultores, uma vez que a sua produção de mel é grande e que ele é apreciado por ser muito saboroso.
Melipona fasciculata – Uruçu-cinzenta
Essa abelha, popularmente conhecida como tiúba, chama a atenção pela sua aparência singular, com cabeça e tórax pretos e com um aveludado cinza, além de abdômen preto com listras cinzas. É uma das polinizadoras do açaí e também se destaca por apresentar boa produtividade.
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Pólen Apícola – Manejo para a Produção de Pólen no Brasil
Fontes: Centro de Produções Técnicas – cpt.com.br
Sítio Pema – sitiopema.com.br
MEL – mel.com.br
por Renato Rodrigues