Marcos Inácio Marcondes, um dos autores do Livro AFE Manejo de Novilhas Leiteiras, explica que a criação de gado para a produção de leite é uma atividade extremamente importante para o país e atinge, a cada ano que passa, números cada vez maiores em todas as regiões brasileiras.
Porém, o sucesso dessa atividade depende muito da escolha das vacas. Além de essa escolha influenciar na produção de leite para os bezerros e para a comercialização, ela promove impactos também na qualidade da criação e no futuro do rebanho.
Escolhendo a melhor vaca
Dentre as várias formas e métodos, o exame direto no animal é a melhor opção para que se escolha as melhores vacas. Esse exame tem como objetivo verificar dois pontos cruciais:
Todo criador sabe que animal doente não produz lucro – pelo contrário, demanda custos com veterinário e/ou medicações, por exemplo. Deve-se observar se os animais apresentam olhar vivo, pele fina e solta, pelos finos e brilhantes, além de checar se demonstram bom apetite.
Ainda, o animal não pode apresentar defeitos físicos e nem corrimentos anormais, tumores, feridas ou calombos pelo corpo. Deve-se testá-lo para o diagnóstico de brucelose e tuberculose, o que é feito por um veterinário. Infecções ou inflamações no úbere também são critérios que descartam o animal na hora da escolha.
Ainda observando o aspecto físico, deve-se verificar também se a vaca possui pescoço fino e longo, cabeça pequena e leve, focinho largo e narinas grandes e bem abertas. O corpo deve ser comprido, com parte posterior mais desenvolvida do que a dianteira e ancas largas. Já as costelas precisam ser bem arqueadas, o que demonstra boa capacidade respiratória. As pernas devem ser finas e bem aprumadas e a cauda, comprida, fina e bem colocada.
Outros sinais indicam que a vaca possui capacidade leiteira:
- veia mamária bem grossa e comprida e fazendo muitas voltas, dado que ela é a responsável por levar sangue aos “setores” responsáveis pela produção de leite;
- boa conformação do úbere, grande e sem aspecto carnudo;
- tetas regulares, com tamanho médio e bem separadas;
- olhar calmo e mansidão, o que demonstra bom temperamento;
- idade, uma vez que, quanto mais nova, melhor a vaca, pois poderá ser aproveitada por mais tempo;
- raça ou tipo, porque deve-se dar preferência a animais de raças de leite aperfeiçoadas, como a Jersey e Guernsey, que produzem, geralmente, mais leite por mais tempo.
Em algumas propriedades não é possível manter um rebanho puro, devido a vários fatores como o clima, preços, condições de pastagem ou até mesmo falta de instalações adequadas. Nesses casos, recomenda-se escolher vacas mestiças dessas raças e com um pouco de sangue da raça “Zebu”, o que favorecerá a resistência a condições precárias.
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Fonte: Rural News – ruralnews.com.br
por Renato Rodrigues