Marcelo Milfont, um dos autores da nova edição do Livro AFE Pólen Apícola – Manejo para a Produção de Pólen no Brasil, destaca que o pólen apícola é um alimento que traz inúmeros benefícios quando aliado a uma alimentação saudável, sendo uma excelente fonte alimentícia de grande valor para os seres humanos.
Enquanto para as abelhas, o pólen representa sua única fonte de proteína natural e principal fonte de vitaminas, minerais e gorduras, sendo ingrediente básico indispensável na alimentação das larvas, operárias, zangões e essencial para a produção de geleia real, único alimento da rainha, para os apicultores, representa uma boa oportunidade de geração de emprego, renda e diversificação da produção.
Ele se configura, também, como uma possibilidade para as fazendas apícolas, que têm a oportunidade de ir além do tradicional mel. Para a sua produção, no entanto, várias especificações precisam ser seguidas, com a finalidade de obter maior eficiência. A seguir, apresentamos algumas informações úteis para quem deseja produzir pólen:
Coletor de pólen
Um coletor de pólen deve ser utilizado para que se calcule a quantidade de pólen que pode ser colhida e a quantidade que ainda fica nas abelhas. Para isso, basta colocar o coletor de pólen e a tampa em uma colmeia vazia e aguardar que as abelhas entrem em um período de 15 a 20 minutos. Depois, verifica-se a gaveta dele e as patas das abelhas, com o objetivo de observar quantas “unidades” de pólen caíram no coletor e quantas permaneceram nas patas das abelhas.
Plantas
Ainda que seja possível afirmar que todas as plantas superiores possuem pólen, deve-se levar em conta que nem sempre ele será abundante. A quantidade e a disponibilidade variam muito, exceto nas plantas conhecidas como poliníferas, que fornecem quantidade considerável desse elemento.
Tipos de pólen
Como é possível perceber, o pólen pode ser coletado a partir de diversas plantas, o que faz com que ele seja variável em relação à sua constituição. Entretanto, ainda que todos os pólens contenham vitaminas – alguns são ricos em vitamina A –, sais minerais, gorduras e aminoácidos necessários à vida, o conteúdo de proteína varia de 7% a 35%.
A produção de pólen
Para coletá-lo, instala-se grandes nos coletores. Porém, a população das colmeias de onde ele está sendo colhido não pode ser demasiada, haja vista que poderá ocorrer congestionamento nessas grades. Recomenda-se realizar revisões periódicas de aproximadamente 15 dias, garantindo a colmeia estável para a produção de pólen.
Congelamento do pólen
Contanto que seja mantido em temperaturas abaixo de 0°C, o pólen pode ser congelado e não sofrerá mudanças estruturais. Inclusive, a manutenção dele nos freezers é indicada para evitar que ele perca sua qualidade e para que quaisquer “invasores” – como bichos, ovos e larvas – que possam estar presentes morram.
Como funciona o processamento do pólen?
São seis as principais etapas pelas quais o pólen passa para ser processado e comercializado. Primeiramente, ele precisa ser congelado por cinco dias e, depois, secar a 42 graus até que sua umidade seja reduzida a 4%. O próximo passo consiste na remoção manual das impurezas.
Logo após essa remoção, ele deve ser peneirado e classificado, para que possa passar por um sopro de ar – que removerá as impurezas mais leves – e para que, por fim, seja envasado e estocado para comercialização.
Falando em comercialização, se faz necessária a certificação e o registro do produto nos órgãos de vigilância sanitária, seja na esfera municipal, estadual ou federal, de acordo com o objetivo de comercialização do produto.
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Fonte: SEBRAE – sebrae.com.br
por Renato Rodrigues