Marcos Cesar Migdalski, autor do Livro AFE Criação de Minhocas e Técnicas de Vermicompostagem – Guia Prático, destaca que a criação de minhocas com a finalidade de se produzir vermicompostagem é uma opção extremamente sustentável e vantajosa, pois o adubo que se produz nesse processo é muito rico em nutrientes e excelente para as diversas plantas.
Algumas pessoas costumam confundir o conceito de vermicompostagem com a minhocultura. Enquanto o primeiro está relacionado à produção de um adubo orgânico, o segundo se relaciona apenas com a criação das minhocas. Contudo, apesar de diferentes, são conceitos considerados complementares, dado que, geralmente, a minhocultura é desenvolvida tendo a vermicompostagem como objetivo principal.
Ainda que essa técnica não seja tão recente, ela passou a ganhar maior expressividade há pouco tempo e recebeu apoio tecnológico para que pudesse se tornar ainda mais eficiente. No setor agropecuário, é muito comum que essa atividade seja desenvolvida junto a outras, incluindo de forma complementar.
Conheça a seguir alguns dos aspectos práticos para a vermicompostagem:
- Resíduos orgânicos
São três os fatores principais para que se criem condições favoráveis à execução da vermicompostagem: temperatura, umidade e aeração. Além desses, é necessário que o resíduo orgânico empregado apresente qualidade nutricional para que as minhocas possam ingeri-lo e transformá-los. Por exemplo, a utilização do esterco bovino é uma boa opção, haja vista que ele se caracteriza como uma boa fonte de alimento para as minhocas, sendo, inclusive, o resíduo orgânico mais utilizado.
- Preparo do vermicomposto
. Substratos
Antes de introduzir as minhocas, o substrato deve ser preparado. Deve-se controlar a temperatura do mesmo e a liberação de amônia, pois caso esses dois fatores estejam além do suportado pelas minhocas, elas morrerão. O ideal é que os substratos sejam acondicionados em canteiros ou colocados no solo quando a temperatura atingir 30°C, irrigando-o e, somente depois colocando as minhocas.
. Canteiros
A opção pelos canteiros dependerá de quem desenvolver a criação de minhocas para a vermicompostagem. Essas estruturas servem para tornar a organização mais fácil, mas podem ser dispensadas e o substrato pode ser depositado diretamente no solo. Há vários tipos de canteiros, que podem ser construídos com diversos materiais. Em relação às medidas, recomenda-se que a altura não ultrapasse 40 cm, pois as minhocas se deslocam na horizontal. 35 cm devem ser reservados para o substrato e os outros 5 cm devem ser ocupados por palha seca, cobertura que servirá como proteção das minhocas contra a umidade e a luz.
- Manejo
Para realizar o manejo durante a vermicompostagem, é essencial levar em conta que a umidade é um dos fatores que limitam o processo. Isso porque as minhocas realizam as trocas gasosas através da epiderme, o que obriga a que se mantenha a umidade do substrato entre 60% e 70%. Os predadores das minhocas também devem ser afastados: sanguessugas, que podem ser removidos manualmente; e formigas, que podem ser evitadas com cal ao redor dos canteiros.
- Separação das minhocas do vermicomposto
O produtor pode utilizar algumas técnicas para separar as minhocas do vermicomposto. Por exemplo, com o auxílio de peneiras, é possível colocar iscas – geralmente, resíduo orgânico fresco – para que elas se desloquem do vermicomposto no sentido dessas iscas. Esse método pode demorar aproximadamente uma semana. Entretanto, cabe ao produtor avaliar se esse método será empregado ou se utilizará outro, como o peneiramento ou as divisórias em canteiros.
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Criação de Coelhos
Fonte: TECNOLÓGICA, Embrapa Informação. Agroecologia: princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável / editores técnicos, Adriana Maria de Aquino, Renato Linhares de Assis. – Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2005.
por Renato Rodrigues