José Carlos Modesto, um dos autores do Livro AFE Manejo de Bezerras Leiteiras, destaca que a criação de bezerras é uma das fases mais importantes em um sistema de produção de leite. No entanto, costumam ser negligenciadas, haja vista que as vacas em lactação são as que recebem mais atenção, dado que são elas que produzem o leite comercializado na pecuária leiteira.
Contudo, além de se destinarem à reposição das matrizes do rebanho, as bezerras e novilhas, ao serem vendidas podem constituir parte expressiva da renda da atividade. Dessa forma, os gastos com a criação de bezerras não devem ser considerados apenas como investimento na renovação das matrizes do rebanho, mas também como investimento na geração de produtos valorizados.
Ao optarem por criar as bezerras leiteiras, os produtores desejam transformar um animal que é sensível e não produtivo em um adulto com produtividade elevada. Porém, para isso, o ideal é que a criação delas seja feita de forma minuciosa, para que estejam em boas condições de saúde e para que consigam proporcionar o resultado esperado.
Nesse contexto, alguns cuidados com as bezerras se configuram como essenciais para que elas consigam corresponder às expectativas dos pecuaristas:
No parto
- Durante o parto, é imprescindível oferecer à vaca um local sempre limpo e seco, para que a bezerra venha ao mundo em um ambiente adequado. O produtor pode utilizar uma baia de parição, com características ideais, ou até um piquete comum, desde que ele apresente condições que favoreçam o parto.
- Durante a parição, o animal que está dando a luz acaba perdendo elementos essenciais para o seu corpo, além de realizar um grande esforço físico. Para compensar esse transtorno, recomenda-se oferecer à vaca leiteira uma suplementação energética – geralmente em forma de bebida – para que os elementos sejam repostos.
O umbigo
Logo após o nascimento, o umbigo pode se tornar uma porta de entrada para uma série de doenças e infecções se não for bem cuidado. Logo, a cura do umbigo, que é realizada comumente com tintura de iodo 10% se configura como uma opção eficaz e até necessária para esse momento.
- Cortar ou amarrar
A prática de amarrar o umbigo, popular entre alguns criadores, não é recomendada. O ideal é que ele seja cortado a 4 ou 5 dedos da barriga, sobretudo quando for muito comprido. Depois disso, é necessário que ele passe por tratamento e limpeza até que, naturalmente, vá secando e caia.
O colostro
Logo após o nascimento, a bezerra precisa ingerir o colostro, sua primeira fonte de alimentação, rica em nutrientes. Além de desempenhar diversas funções no organismo da bezerra, ele também é responsável por fornecer melhor imunidade à neonata, que precisa consumir de colostro ao menos 10% do seu peso.
- Será que o colostro é de qualidade?
É extremamente aconselhável realizar uma avaliação do colostro, a fim de identificar se ele é de qualidade, pois há diferentes qualidade de colostro. Nas primeiras 12 horas de vida, a bezerra tem que receber ao menos 6L desse líquido, colocando na conta a quantidade que já foi ingerida logo após o nascimento.
O crescimento
Se o que o produtor deseja é uma bezerra bem crescida e altamente produtiva, ele precisa, obviamente, acompanhar o seu crescimento. O peso é um indicador para determinar se o animal está desenvolvendo o seu corpo de forma adequada. Ou seja: o ganho de peso precisa de ser monitorado e acompanhado de perto durante o aleitamento.
Os primeiros 60 dias de vida são considerados importantes e demandam atenção redobrada por parte do pecuarista. Uma bezerra bem cuidada significa uma vaca leiteira lucrativa!
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Fonte: Fundação Roge – fundacaoroge.org.br/blog/
por Renato Rodrigues