Marcos Antônio Gomes, um dos autores do Livro AFE Conservação de Nascentes, destaca que há algumas tecnologias de conservação de nascentes que podem ser adaptadas a situações específicas ou servirem de modelos para criação de novas alternativas, o que engloba aspectos fundamentais da gestão de recursos hídricos, ou seja, aqueles relacionados com a capacidade de produção de quantidade de água de pequenas bacias hidrográficas.
A água é um elemento essencial para a vida humana. No entanto, seu uso sempre foi negligenciado, devido ao fato de que se acreditava ser um recurso inesgotável. Porém, é extremamente atual a preocupação com a sua finitude. Em outras palavras, é perceptível que sua capacidade de renovação tem sido cada vez mais reduzida, o que a transformou em um recurso esgotável.
Nesse contexto, ela se tornou a grande preocupação de todo o mundo, pois, se a água acaba, todos os setores e funções da atividade humana param. As nascentes, que são consideradas uma fonte de água muito importante, devem, então, ser preservadas e conservadas, o que garantirá a manutenção desse líquido tão importante.
O que tem destruído as nascentes?
Haja vista a necessidade de preservação, é necessário entender, antes, o que tem provocado a destruição das nascentes: além do corte indiscriminado de florestas nativas, queimadas e criação de animais próximo às nascentes são alguns dos principais motivos. Também, a abertura de estradas e construções em loteamentos sem planejamento contribui para que haja erosão e assoreamento dos recursos hídricos.
Planejamento e preservação
Antes de mais nada, o ideal é que se faça um planejamento adequado, quando a finalidade é preservar nascentes. Isso deve ser feito visando à criação de condições favoráveis ao solo, permitindo maior infiltração da água, o que abastece as nascentes e, ainda, protege a superfície do solo.
Passos para a conservação das nascentes
São cinco os passos para a proteção e conservação de nascentes:
- Identificação da nascente
Em primeiro lugar, é preciso identificar a nascente. São três os tipos: nascente de fundo de vale, também conhecida como olho d’água; nascente de encosta, que pode surgir de bolsões de água no solo, com fluxo temporário ou permanente; nascente de contato, que também nasce no lençol freático e se forma na superfície.
- Cerco à nascente
A próxima etapa consiste na criação de um cerco para que ela seja protegida. Isso pode ser feito a partir da utilização de uma cerca ao redor dela, afastando a possibilidade de danos causados por animais, homens ou até veículos.
- Limpeza da área
Com o objetivo de garantir mais saúde à nascente – para que ela possa “correr” naturalmente, tudo o que possa impedi-la ou atrapalhar o seu caminho precisa ser removido. Folhas, raízes, plantas invasoras e terra que desliza de encostas e barrancos têm que ser retirados com cuidado para que a fonte de água não seja prejudicada.
- Controle da erosão
A erosão hídrica também é capaz de inviabilizar uma nascente. Logo, além dela mesmo, a proteção das margens também evita a erosão, o que evita que enxurradas soterrem a nascente ou que a grande compactação do solo impeça a infiltração da água. Para isso, é possível melhorar a fertilidade do solo com adubação e calagem, por exemplo; adotar o plantio em forma de contorno e terraceamento; ou com a própria vegetação da área, o que será informado no tópico seguinte.
- Replantio de espécies nativas
O replantio de espécies nativas é uma prática importante para a proteção do solo, recuperando pastagens e promovendo o reflorestamento. A imitação da natureza e a reprodução da vegetação original promovem a recarga do aquífero, que é a fonte de água das nascentes.
Conheça nossos Livros da Área Meio Ambiente:
Conservação de Nascentes – Produção de Água em Pequenas Bacias Hidrográficas
Recuperação de Áreas Degradadas
Recuperação de Matas Ciliares
Fontes: Fundação Roge – fundacaoroge.org.br
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – cnabrasil.org.br
por Renato Rodrigues
