José Antonio Portella, autor do Livro AFE Colheita de Grãos Mecanizada: Implementos, Manutenção e Regulagem, destaca que a produtividade das culturas, em muitas regiões brasileiras, principalmente nas novas fronteiras agrícolas, está associada com o avanço tecnológico e com a rentabilidade da aplicação de tecnologia nos sistemas de produção utilizados pelos agricultores.
Devido a isso, as perdas quali-quantitativas por ocasião da colheita mecânica representam desperdício de energia investida na implantação e condução da cultura, podendo alcançar percentagens consideráveis da quantidade de grãos produzidos, muitas vezes significando o lucro do agricultor.
Entretanto, boa parte dessas perdas pode ser evitada se o produtor souber conduzir bem todo o processo de colheita mecanizada. O arroz, por exemplo, é um dos principais grãos produzidos em nosso país e, após a colheita, precisa estar inteiro e com a sua qualidade mantida.
Nesse sentido, apresentamos algumas informações úteis para tornar a colheita do arroz mais eficiente:
Métodos de colheita
- Manual: as três etapas necessárias para colher o arroz – corte, recolhimento e trilha – são feitas de forma manual, com um rendimento relativamente baixo. Esse método de colheita é mais indicado para pequenas propriedades, haja vista o tempo que leva para colher uma parte da plantação.
- Semimecanizada: no método semimecanizado, há uma pequena alteração. Enquanto o corte e o recolhimento continuam sendo feitos de forma manual, a trilha é realizada de forma mecanizada. O rendimento é médio e pode ser potencializado caso se utilize trilhadoras estacionárias.
- Mecanizada: como já previsto, na colheita mecanizada, as três etapas são realizadas por uma colhedora.
As perdas na cultura do arroz
Há dois tipos de perdas a que a plantação de arroz está sujeita:
- Perdas antes da colheita: podem ocorrer devido ao excesso de umidade ou de ventos, ao acamamento, ao ataque de pássaros, à degrana natural ou a doenças e pragas, que atacam a plantação.
- Perdas durante a colheita: causadas pelo impacto da plataforma nas panículas, pela velocidade incorreta do molinete, por calibrações inadequadas no cilindro trilhador e pela presença de plantas daninhas, entre outros fatores.
Como evitar as perdas?
Em primeiro lugar, um bom manejo de toda a cultura é imprescindível para que o arroz não seja colhido já sem qualidade. Na hora de colhê-lo, deve-se dar atenção ao momento correto, garantindo maior produtividade e minimizando prejuízos: grãos muito úmidos podem acarretar grãos imaturos; ao passo que grãos muito secos podem se quebrar no beneficiamento. Ainda, dois momentos não são favoráveis à colheita desse grão, quer seja durante a manhã, quer seja quando os grãos estão umedecidos pelo orvalho.
Colheita eficiente
Há diversos fatores que contribuem para a realização de uma colheita mecanizada totalmente efetiva e eficiente. Dentre eles, é possível apontar a regulagem da colhedora como determinante, verificando-se aspectos como navalhas quebradas da barra de corte, peças e rotação do molinete, velocidade do cilindro batedor e peneiras superiores e inferiores.
Também, a velocidade precisa ser controlada para que seja adequada ao porte da cultura que será colhida, para que a máquina tenha a capacidade de puxar as plantas para o seu interior. Quando a colheita é realizada com uma máquina que está regulada com velocidade excessiva, pode haver desgaste prematuro das peças da colhedora e perdas na colheita.
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Fonte: Lavoura 10 – blog.aegro.com.br
por Renato Rodrigues
