Sebastião Silva, autor do Livro AFE Comportamento e Bem-estar de Animais – A Importância do Manejo Adequado para os Animais de Produção, ressalta que questões relacionadas ao comportamento e ao bem-estar animal estão, a cada dia, mais presentes em discussões da comunidade civil, dos governos, órgãos nacionais e internacionais e instituições de ensino e pesquisa em todo o mundo.
Nesse contexto, conhecer detalhadamente o comportamento dos animais de criação, a exemplo dos bovinos, é necessário para que se entenda os processos envolvidos no desenvolvimento de respostas adaptativas essenciais para a compreensão das necessidades dos animais.
Cada vez mais, é maior a preocupação de garantir o bem-estar a qualidade de vida na pecuária, haja vista que, a partir disso, há maior redução nos custos, mais produtividade, aumento da qualidade do produto e garantia de uma produção de acordo com as exigências de alguns programas de bem-estar animal.
Em se tratando de bovinos, torna-se crucial mencionar que esses animais apresentam comportamento peculiar de relacionamento e de resposta ao ambiente no qual são criados. Logo, conhecê-los permite identificar problemas como estresse e dor, manejando os animais de maneira mais adequada.
Comportamentos comuns
Diariamente, é comum que os bovinos passem de 9 a 11 horas no pasto, alimentando-se de gramíneas e leguminosas e consumindo de 25 a 80 litros de água. A depender da época do ano em que a criação está, do tipo de alimentação, da raça e de outros fatores, esse consumo pode variar.
Há dois tipos de comportamentos que são capazes de influenciar a forma como o gado olha, como, se grupa, briga ou foge, por exemplo:
- Comportamentos inatos, isto é, aqueles que já nascem com o animal;
- Comportamentos aprendidos, ou seja, influenciado pelas experiências individuais dos bovinos.
- Em grupo
Naturalmente, os bovinos são animais que vivem em grupo, pastando. Esse hábito é vantajoso para eles pelo fato de que, quando algum predador se aproxima, ele pode ser percebido mais facilmente, permitindo que o bando fuja e sobreviva. Ainda, em sistemas extensivos, nota-se predomínio de grupos de vacas com bezerros e animais jovens e pequenos grupos de machos.
- Dominância e liderança
A partir da força e da agressão, os bovinos costumam disputar a dominância do grupo. Logo após formarem os grupos, estabelece-se essa hierarquia em pouco tempo, na qual os animais “vencedores” ganham certos privilégios relacionados à água, à sombra e ao alimento. No entanto, essa hierarquia não é sólida, o que significa que com o tempo ela pode mudar.
Necessário diferenciar esses dois conceitos a partir de um exemplo: líder é aquele animal que faz com que os outros o sigam para ir atrás de água, enquanto dominante é aquele que afasta os demais para que ele possa bebê-la tranquilamente.
- Sensoriais
Ao identificar uma possível ameaça, os bovinos tendem a fugir dela, normalizando seu comportamento quando percebe que ela não oferece riscos. Com a visão, que distingue cores e é ótima durante a noite, ele consegue perceber profundidade e até certo aspecto panorâmico; com o olfato, as vacas reconhecem os bezerros e os animais adultos conseguem manter um comportamento social uns com os outros; com a audição, percebem sinais e ruídos mais facilmente do que humanos, movendo as orelhas para tal; por fim, a vocalização quase não é utilizada na natureza para não chamar a atenção de predadores, enquanto em ambientes restritos de criação ela é utilizada para mostrar estresse e dor.
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Fonte: Certified Humane Brasil – Bem-estar Animal – certifiedhumanebrasil.org
por Renato Rodrigues