A pecuária de leite tem uma produção consolidada no país: hoje, nossa produção é mais do que o dobro da produção de 20 anos atrás. Os mais de 1,3 milhões de pecuaristas leiteiros, apesar do cenário nacional favorável, enfrentam algumas dificuldades com os animais, o que tem impacto direto na produtividade deles e acaba por gerar prejuízos. Um desses problemas está relacionado a alguns parasitas de vacas.
O autor do Livro AFE Manual do Produtor de Leite, João Gonsalves Neto, reconhece que, para haver uma excelente produtividade, o manejo é essencial, o que implica na atenção aos parasitas, que só fazem mal ao animal e precisam ser controlados, como é o caso dos carrapatos, do berne e da mosca-dos-chifres.
Ao passo que o carrapato é o parasita que produz mais prejuízos aos animais, é o que permite uma maior eficiência no controle. O berne possui um tratamento simples, sendo importante saber que o seu ciclo biológico é complexo e envolve outras espécies de insetos, o que inviabiliza um controle preventivo. O tratamento é mais eficiente quando realizado no animal, após ser afetado por esse parasita. As moscas, por sua vez, são afetadas quando se realiza o controle dos carrapatos.
Pelo seu hábito hematófago, isto é, por alimentar-se de sangue, o carrapato acaba causando uma perda sanguínea nos animais, o que se torna, muitas vezes, um desgaste irrecuperável, como a esfoliação sanguínea e suas consequências, quais sejam: anemia, prurido, irritação, quedas no peso e na produção, predisposição a instalação de miíases e desvalorização do couro. Além disso, os carrapatos transmitem outras doenças, como é o caso da tristeza bovina parasitária, quando há infecção por protozoários. Essa doença exige um tratamento adequado e pode causar a morte do animal. Banhos carrapaticidas são essenciais para controlar a proliferação desses parasitas em bovinos. É preciso dar atenção a épocas mais quentes, que propiciam o clima ideal para a eclosão de larvas desses insetos.
O berne, quando se instala no corpo do animal provoca uma miíase furuncular, também chamada de dermatobiose, que é a formação de nódulos onde há a presença de uma ou mais larvas desse parasita. Podem causar, também, infecções secundárias por bactérias, formando abcessos subcutâneos. Além disso, propiciam a postura de ovos pela mosca da bicheira, o que resulta em uma miíase primária. Todos esses problemas ocasionam numa redução da produção, retardo do crescimento, em uma pré-disposição a outras doenças e danos no couro do animal.
As moscas-dos-chifres também sugam o sangue dos animais e podem causar, nos mais jovens, uma anemia, além de uma grande irritação ao picá-los. Para espantá-las, os animais costumam ficar agitados, balançando a causa e o pescoço, o que pode ocasionar em uma má alimentação, fazendo com que eles percam peso e diminuam a produtividade.
Para evitar a instalação de qualquer um desses parasitas, é essencial estar atento ao manejo dos animais, bem como as condições de higiene dos locais onde eles vivem, para evitar o aparecimento de moscas. Uma integração com o correto manejo das pastagens também é uma alternativa eficiente para realizar o controle, uma vez que as fêmeas do carrapato depositam suas larvas no pasto, onde são mantidas até a eclosão e consequente proliferação no rebanho.
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Fontes: Sociedade Nacional de Agricultura – sna.agr.br
Portal Agropecuário – portalagropecuario.com.br
Milk Point – milkpoint.com.br
Compre Rural – comprerural.com
por Renato Rodrigues
