Para garantir um aumento na produtividade do rebanho leiteiro, costuma-se confundir o uso de tecnologia com aumento da infraestrutura de instalações, melhoria genética do rebanho e outros. Contudo, o principal “segredo” para maximização dos ganhos de produtividade está na alimentação dos animais.
Para que se obtenha um máximo rendimento por animal e por unidade de área, deve-se ter em mente que um eficiente manejo alimentar exige decisões que satisfaçam a demanda para a produção por animal e por área.
Em se tratando de gado leiteiro, o manejo alimentar é o fator mais importante para o sucesso da pecuária de leite, pois ele causa um impacto direto nos custos da criação e, consequentemente na produtividade dos animais. Nesse sentido, o ideal é que o pecuarista esteja atento às boas práticas de manejo alimentar para o gado de leite:
Diferenças nas dietas
É imprescindível que o produtor conheça seus animais para que consiga formular uma dieta e fornecer uma nutrição adequada a todos eles. Entretanto, o animal pode não consumir o que foi formulado, prejudicando todo o planejamento alimentar. Em relação às dietas, são classificadas, geralmente, em:
- Dieta formulada pelo nutricionista: feita por um profissional, que contém um equilíbrio entre os nutrientes e elaborada para diversas fases da vida dos animais;
- Dieta fabricada na fazenda: consiste na mistura dos ingredientes da dieta e fornecimento ao gado;
- Dieta consumida pelo animal: o que foi, de fato, consumido pelo animal, após a seleção realizada por ele.
Alguns aspectos interferem diretamente na seleção feita pelos animais na hora de comer e, consequentemente, podem prejudicar o consumo e a dieta. Por exemplo, a palatabilidade dos alimentos, o tamanho da partícula, a mistura do concentrado ao volumoso e a capacidade de consumo.
É fundamental que essas três dietas sejam “as mesmas”, isto é, tudo o que o nutricionista definir para a criação, deve estar na mistura dos ingredientes e deve ser consumido pelos animais, na quantidade adequada.
Reação dos animais aos nutrientes
Em relação à fibra, pecuaristas devem estar atentos ao fato de que, quanto mais fibrosos, menos nutritivos os alimentos serão, devido ao fato de que a degradação desse tipo de alimento é mais lenta no rúmen.
As gorduras, por sua vez, são utilizadas para aumentar a densidade energética das dietas ou como uma estratégia para minimizar os efeitos do estresse calórico em vacas de alta produção. Há dois tipos de gorduras utilizados nas dietas dos animais: as gorduras de origem vegetal e as de origem animal.
A água
Quando se fala em manejo alimentar, muitos criadores se esquecem de que a água também é um “alimento” vital para o gado leiteiro, pois ela é utilizada em vários processos fisiológicos dos animais e está diretamente relacionada à nutrição bovina. O ideal é que o animal tenha água sempre fresca à disposição e 24h por dia, dado que costumam ingerir ¼ de todo o total diário durante a noite.
Os bebedouros devem ser construídos sempre visando a praticidade, ou seja, devem facilitar a higienização e a renovação constante da água. Geralmente, um bebedouro comum tem que atender de 15 a 20 vacas.
A relação entre a água fornecida e o sombreamento necessário para o gado é importante. Em outras palavras, a disponibilização de espaços sombreados – sejam eles naturais ou artificiais – deve ser “combinada” com a localização do cocho e dos bebedouros, facilitando o acesso dos animais a eles mesmo em dias mais quentes.
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Fonte: PRODAP – prodap.com.br/pt/blog/
por Renato Rodrigues
