Sylvio Lazzarini, um dos autores do Livro AFE Reprodução e Melhoramento Genético na Pecuária de Corte, destaca que as práticas reprodutivas devem garantir a máxima produção de bezerros de corte. A partir delas, há o melhoramento genético do rebanho, o que, segundo especialistas na área, é até cinco vezes mais importante que o ganho de peso, uma vez que seus benefícios são cumulativos a longo prazo.
A reprodução é um dos pontos altos na pecuária de corte, dado que o mercado tem exigido cada vez mais dos produtores. Nesse sentido, examinar com atenção as vantagens e desvantagens das principais práticas reprodutivas é medida que se faz necessária na criação do gado de corte.
Apresentamos, a seguir, as principais vantagens e desvantagens da inseminação artificial e da monta natural, para que os produtores consigam avaliar a relação de custo-benefício de cada uma delas antes de fazer a sua escolha.
Monta natural
A monta natural pode ser realizada de forma “livre” ou de forma controlada:
- Monta natural
A monta natural se estabelece quando o macho e a fêmea realizam a cópula sem que haja interferência dos criadores ou de qualquer outra pessoa, de forma livre.
A principal vantagem dessa prática de reprodução é a redução dos custos com mão de obra e com pessoal para realiza-la, pois os animais não precisam de observação e nem de controle do cio, por exemplo.
Já em relação às desvantagens, é possível relatar que o controle em relação à cópula fica prejudicado, pois ela pode acontecer a qualquer momento do dia, inclusive à noite. Não favorece o controle sanitário dos animais e aumenta os riscos de acidentes envolvendo os animais, sobretudo quando o macho é muito grande, pesado ou agressivo. Em relação ao melhoramento genético, também há prejuízo, pois não há a utilização, obrigatoriamente, de touros que possuam genética superior.
- Monta natural controlada
Diferentemente da anterior, a monta natural controlada é aquela realizada com o controle de todo o processo.
Isso facilita o controle reprodutivo e aumenta a vida útil do touro. Ainda, diminui-se os riscos de acidentes e propicia um número maior de coberturas por parte do touro, garantindo maior aproveitamento dos reprodutores.
Contudo, pode promover a perda de cios, pois há a necessidade de realizar um bom manejo para identificar a fêmea e de separá-la para o serviço quando ainda esteja aceitando a monta. Acrescenta-se a isso os custos com mão de obra e com instalações para que seja realizada, demandando controle, também, do consumo desses animais.
Inseminação artificial
A técnica de inseminação artificial se destaca por ser alternativa em relação à monta natural, seja ela “livre” ou controlada, e, pelo seu nome, é autoexplicativa em relação a como funciona.
Dentre as várias vantagens, é possível apontar que ela garante o melhoramento genético ao selecionar animais comprovadamente superiores para sua realização. Além disso, favorece o controle sanitário do rebanho e permite que o sêmen do touro seja congelado e utilizado mesmo após a sua morte. Previne acidentes tanto com os animais quanto com as pessoas envolvidas na reprodução dos bovinos.
Além dos altos custos, a inseminação artificial exige profissionais capacitados para que seja realizada, demandando investimento em mão de obra. Quando não há uma observação eficiente do cio, acarreta baixa taxa de prenhez, o que limita um pouco a utilização dessa técnica.
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Fonte: Rehagro Blog – rehagro.com.br/blog/
por Renato Rodrigues