Na criação de bovinos, intensificar os sistemas de produção significa aumentar a produção de carne por área e o giro de capital dentro da propriedade. Também, há algum tempo, o confinamento de bovinos foi utilizado com o objetivo de obtenção de maiores preços de venda, a partir do abatimento de animais no período entressafra. Essa estratégia não tem valor atualmente, dado que o preço pago é o mesmo durante todo o ano, com pequenas mudanças nos períodos em que há menor oferta de animais terminados.
Sylvio Lazzarini, autor do Livro AFE Estratégias para a Entressafra, contextualiza, dizendo que a criação de bovinos de corte é extremamente lucrativa, mas o pecuarista precisa estar atento a vários detalhes, que são cruciais nos resultados financeiros da atividade.
Para confinar bovinos de corte, é importante estar preparado para os custos, que são onerados nesse sistema de criação, que requer um excelente desempenho do animal para que ele seja economicamente viável. A saúde dos animais é um ponto fundamental e pode comprometer esse desempenho.
Em relação ao confinamento, dentre os distúrbios nutricionais mais observados está o timpanismo. Saiba mais sobre esse distúrbio:
- Timpanismo
Esse distúrbio metabólico tem como consequência uma distensão acentuada do rúmen e retículo, por conta da não expulsão dos gases produzidos na fermentação do conteúdo ruminal. Esse distúrbio faz com que o animal apresente um quadro de dificuldade respiratória e circulatória, o que pode levar o animal a óbito. Alterações na quantidade e na qualidade (poder tamponante e emulsificante) da saliva dos animais também pode exercer influência na formação de bolhas e desenvolvimento do timpanismo.
Existem dois tipos de timpanismo:
- Timpanismo primário (espumoso), quando há aumento da tensão superficial do líquido ruminal, o que faz com que as bolhas de gases persistam por longos períodos na ingesta;
- Timpanismo secundário (gasoso), quando há dificuldade física à eliminação dos gases, por conta da obstrução de esôfago por corpo estranho ou por doenças que causem enfartamento ganglionar.
O tratamento depende do tipo e do grau de severidade. Para o timpanismo primário, o objetivo é eliminar os gases, diminuindo o desconforto para o animal e a estabilidade da espuma. Uma sonda oroesofágica ou aplicação de trocáter no flanco esquerdo podem ser usados para eliminar os gases. Para o timpanismo secundário, o tratamento tem como base a eliminação dos gases e diagnóstico das causas de não eructação.
Para animais que possuam alto valor econômico, pode-se utilizar como solução de emergência uma intervenção cirúrgica para remoção do conteúdo ruminal, a rumenotomia.
Como forma de prevenção, é necessário estar atento à quantidade e efetividade das fibras presentes na dieta dos bovinos, dado que, quanto mais grãos, mais fibras são necessárias na dieta. Usar inóforos na ração diminui a incidência dessa doença nos bovinos confinados.
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Fonte: Beef Point – beefpoint.com.br
por Renato Rodrigues