A pecuária é uma das atividades de maior importância econômica para o nosso país. O nosso rebanho de bovinos é enorme, superando a marca de 218 milhões de cabeça de gado e com expectativas de crescimento. A exportação de carne bovina, ainda, representou 3,2% de tudo o que é exportado em nosso país no ano passado, o que consolida a atividade como um dos motores da nossa economia.
Sylvio Lazzarini Neto, Herlon Meneguelli Alhadas e Marcio de Souza Duarte, autores do Livro AFE Reprodução e Melhoramento Genético na Pecuária de Corte, explicam que a reprodução é um fator essencial para os produtores, uma vez que garante o melhoramento genético do rebanho e produz animais com alto índice produtivo.
Com o mercado em alta, é preciso produzir animais de qualidade. Um dos problemas enfrentados pelos produtores está na reprodução, ligados à subfertilidade do rebanho no Brasil. É preciso uma série de mecanismos fisiológicos para que as vacas e novilhas tenham cios regulares.
O manejo correto é um dos fatores que auxilia na obtenção dessa regularidade. Além dele, está a correta nutrição, ambiente de criação adequado e o manejo sanitário, que, combinados com outros, promovem índices de reprodução satisfatórios. Ainda, ele deve ser adequado ao local e às condições do local onde os animais são criados.
É preciso estar atento aos problemas reprodutivos, uma vez que eles não são visíveis a olho nu e produzem um número baixo de bezerros, além de aumentar os custos com a alimentação, que será dada a vacas improdutivas.
Conheça os problemas reprodutivos mais comuns:
Falhas de cio
As falhas de cio ocorrem principalmente pelo manejo nutricional inadequado e falta de alimento. Acredita-se que o frio seja um dos fatores que contribuam para esse problema, mas isso não passa de mito, pois a procriação durante o inverno seria impossível em países de clima temperado, o que não acontece.
A alimentação é o fator principal, quando ela é oferecida sem qualidade, ocasionando desequilíbrios nutricionais nos animais. É uma reação em cadeia: o estado nutricional interfere na taxa de aparecimento do cio, que interfere na taxa de concepção da vaca. A má alimentação influencia nos hormônios da vaca e, consequentemente, isso influencia no aparecimento do cio.
Períodos irregulares do cio
Intervalos comuns são entre 18 e 23 dias. Porém, as vacas devem manter a uniformidade, isto é, uma vaca não pode apresentar cio após 16 dias, outro após 21 e outro após 17, por exemplo. Isso denota a existência de algum distúrbio.
Em cios muito precoces, como em 10 a 12 dias, a vaca pode ter ovários císticos, montando em outras e até recusando a monta, quando em estágios mais avançados.
Abortos
A expulsão de fetos já sem vida pode ocorrer por vários fatores. Doenças como a brucelose, a tricomoníase, a leptospirose e a vibriose podem causa aborto. O manejo inadequado também pode causar esse problema, quando o animal ingere nitratos ou por causa de lesões físicas de coices ou batidas fortes. Ainda, infecções fúngicas, cios em vacas que já estão prenhes e infecção da mucosa do útero também podem ser consequência do manejo incorreto.
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Fonte: Portal Agropecuário – portalagropecuario.com.br/bovinos/
por Renato Rodrigues