A pecuária desponta como uma das atividades de maior importância econômica para o país. Porém, junto a essa valorização, há também a parte negativa empregada à pecuária, sendo considerada como uma grande inimiga do meio ambiente. Uma dessas características negativas diz respeito à degradação das pastagens formadas para o desenvolvimento da pecuária.
Jurandir Melado, autor do Livro AFE Manejo de Pastagem Ecológica, explica que o manejo sustentável de pastagens se confirma como a alternativa racional para a pecuária no Brasil, pois, além de ser a única autossustentável, é a que permite o maior índice de produtividade a campo, sendo também a mais econômica nas fases de implantação e manutenção.
Atualmente há um sistema de manejo responsável por promover a recuperação de pastagens, possibilitando, ainda, sua sustentabilidade, produzindo um efeito de triplicação da produtividade.
- Então, o que evitar ou substituir para evitar que as pastagens se degradem e tenham redução da produtividade?
O pastoreio contínuo deve ser evitado pois podem até satisfazer as necessidades do gado e do pasto, mas nunca satisfará as de ambas as partes. Nesse tipo de pastoreio, o gado acaba promovendo desfolhas sucessivas da plantação forrageira, impedindo que ela atinja o ponto máximo de crescimento, o que reduz sua produtividade. No sistema extensivo, o gado percorre longas distâncias, compactando o solo, destruindo a pastagem e gastando energia que poderia ser utilizada na produção. O caminhar constante também cria trilhas nas pastagens, o que facilita o escoamento de água das chuvas e acelera a erosão do solo.
- Como recuperar as pastagens degradadas?
Já que o método antigo não promove a conservação das forragens, resta usar um método novo. Atualmente o melhor sistema de manejo de herbívoros a campo é o Pastoreio Racional Voisin. Esse tipo de pastoreio é guiado pelas “Quatro Leis Universais do Pastoreio Racional”.
- Quais são as essas leis?
Essas 4 leis favorecem tanto os animais quanto o pasto:
1 - Lei do Repouso, ou primeira lei do pasto: Determina que, após cada utilização, a pastagem tenha um repouso suficientemente longo que possibilite à pastagem duas condições básicas: 1)- o acúmulo de reservas de nutrientes, nas raízes e partes baixas do caule, que possibilita um rápido início da rebrota e 2)- passar pelo período de maior crescimento diário de massa verde (labareda de crescimento);
2 - Lei da Ocupação ou segunda lei do pasto: Impõe que o período de ocupação da pastagem seja suficientemente curto de forma a não permitir ao gado colher brotação nova do pasto surgida após a sua entrada na parcela.
3 - Lei da Ajuda ou primeira lei dos animais: Recomenda que os animais com exigências nutricionais mais elevadas, recebam o alimento que necessita em quantidade e qualidade.
4 - Lei dos Rendimentos Regulares ou segunda lei dos animais: Para que tenham rendimento regulares, seja em produção de leite ou ganho de peso, os animais não podem permanecer mais que três dias na mesma parcela de pasto. Os rendimentos serão máximos e regulares, se a permanência não for superior a um dia.
É importante observar que, ao cumprir as duas primeiras leis, a pastagem conseguirá dar o máximo de produtividade e se tornará sustentável. As duas últimas são responsáveis por dar ao gado a alimentação que ele necessita para que possa alcançar a sua produtividade máxima e regular.
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Fonte: AgrOn – Agronegócios Online – agron.com.br
por Renato Rodrigues
