André Marcel Voisin, após anos de estudos e experimentações em sua granja leiteira “Le Talou”, localizada na Normandia, formalizou as regras fundamentais de um sistema racional de pastoreio, que é conhecido hoje no Brasil por Pastoreio Racional Voisin. Para relatar os estudos e as experiências realizadas e explicar todos os conceitos envolvidos, Voisin não economizou palavras.
Os dois principais livros que publicou sobre o assunto – Produtividade do Pasto e Dinâmica das Pastagens – totalizam quase 1000 páginas de preciosos ensinamentos. Como todo gênio, porém, André Voisin foi capaz de resumir os pontos fundamentais de suas conclusões em quatro regras básicas, que chamou de “Leis Universais do Pastoreio Racional”.
Duas são destinadas à proteção do pasto e duas visam atender às necessidades dos animais. São as seguintes:
Primeira lei
Lei do repouso ou primeira lei dos pastos – Para que o pasto cortado pelo dente do animal possa dar a sua máxima produtividade, é necessário que entre dois cortes consecutivos haja passado um tempo que permita ao pasto armazenar em suas raízes reservas necessárias para um começo de rebrote vigoroso e realizar uma “labareda de crescimento” ou grande produção diária massa verde.
Segunda lei
Lei da ocupação ou segunda lei dos pastos – O tempo global de ocupação de uma parcela ou piquete deve ser o suficientemente curto de modo a não permitir que uma planta cortada pelos animais no início da ocupação, seja novamente cortada antes que os animais deixem o piquete.
Terceira lei
Lei da ajuda ou primeira lei dos animais – É preciso ajudar os animais que possuam exigências alimentares mais elevadas a colherem a maior quantidade de pasto e que este pasto seja da melhor qualidade possível.
Quarta lei
Lei dos rendimentos regulares ou segunda lei dos animais – Para que o animal produza rendimentos regulares, ele não deve permanecer mais que três dias em uma mesma parcela. Os rendimentos serão máximos, se o animal não permanecer no piquete mais que um dia.
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por Renato Rodrigues