Hebert Vilela, autor do Livro AFE Plantas Forrageiras de A a Z, ressalta que a sucesso da exploração pecuária tem como ponto básico a adequada formação de pastagens. Contudo, explica que as espécies e variedades de plantas forrageiras diferem, de forma bem expressiva, entre si.
Logo, torna-se essencial conhecer cada uma delas, pois cada uma possui vantagens e desvantagens, além de índices nutricionais diferentes. Nesse sentido, muitos especialistas da área defendem que a composição de uma boa pastagem se dá a partir da diversificação de plantas forrageiras.
O capim-elefante
O capim-elefante tem sido muito utilizado na formação de pastagens por ser uma espécie mais fácil de se tornar silagem e pelos bons índices nutricionais que possui. Enquanto o milho e o sorgo, forrageiras muito populares, apresentam complexidade para plantio e semeadura, o capim-elefante apresenta esses processos simplificados.
- Características
De origem africana, os caules do capim-elefante podem atingir 10 m de altura e formam um pasto mais “denso”, devido ao fato de que suas plantas nascem muito próximas uma das outras. Sua coloração pode variar do verde-escuro ao verde-claro e suas folhas apresentam de 3 cm a 10 cm de largura. Como mencionado, é muito utilizado na silagem e cresce adequadamente em solos muito férteis.
Quando não devo cultivar capim-elefante?
É necessário informar a quem deseja cultivar o capim-elefante que essa forrageira apresenta um impedimento relevante quanto ao seu cultivo: não deve ser cultivada em associação a leguminosas ou a outras plantas, dado que e pode competir com elas por água e nutrientes. Sua utilização para a realização de silagem, no entanto, é muito recomendada.
Cultivo de capim-elefante: informações importantes
- Plantio
Recomenda-se plantar o capim-elefante no início do período chuvoso e com mudas que tenham, no mínimo, 100 dias de idade. A disposição das mudas deve ser feita na horizontal e a profundidade das covas pode variar de 15 cm a 20 cm.
- Adubação
Durante a estação chuvosa, a adubação com soluções de NPK deve ser feita na proporção 4:12:8por hectare.
- Colheita
Ao atingirem aproximadamente 1,80m de altura, os caules devem ser cortados com o auxílio de uma foice ou de uma enxada, entre 20 cm a 30 cm acima do solo. Para a transformação em silagem, a utilização de uma ensiladeira é ideal. Os cortes também podem ser feitos quando, na base, surgirem as primeiras folhas secas.
Utilização do capim-elefante como capineira
Dado o grande potencial do capim-elefante para a silagem, ele pode ser cultivado também em capineiras – que são áreas pequenas onde se cultiva algumas gramíneas com grande potencial de produção de forragem, transformando-se em um excelente recurso forrageiro para a época seca.
Basicamente, o produtor possui um “banco de biomassa” com o capim-elefante nas capineiras, que pode ser cortado e picado para ser oferecido aos animais durante o período seco. Além da boa capacidade de produzir matéria seca, o capim-elefante também possui boa capacidade de suporte e responde bem à adubação nitrogenada.
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Fontes: Tecnologia no Campo – tecnologianocampo.com.br
EducaPoint – educapoint.com.br/blog/
CÓSER, A.C.; MARTINS, C.E.; DERESZ, F. Capim-elefante: formas de uso na alimentação animal. Juiz de Fora, MG: Embrapa Gado de Leite. 2000. 27p. (Embrapa Gado de Leite. Circular Técnica, 57).
por Renato Rodrigues