Em ambiente natural, animais encontram nas pastagens a maior parte de sua alimentação. Algumas forrageiras são extremamente nutritivas e ajudam a compor uma dieta equilibrada para eles. Porém, é preciso tomar cuidado com plantas tóxicas, que podem, pela simples ingestão de uma folha, levar o animal a óbito.
Sebastião Silva, autor do Livro AFE Plantas Tóxicas – Inimigo Indigesto, destaca que a existência de plantas tóxicas nas pastagens brasileiras é um problema para criadores de bovinos e de outros ruminantes em sistema de pastejo, fazendo com que o criador precise voltar sua atenção para esse perigo.
Em nosso país, podemos encontrar aproximadamente 130 espécies de plantas tóxicas que, quando ingeridas provocam perdas tanto diretas quanto indiretas. Quando o animal morre ou perde índices reprodutivos ou de produtividade, as perdas são diretas no bolso do criador, ao passo que, quando é necessário eliminar as plantas tóxicas, construir cercas ou alterar o programa de pastejo, dentre outros, essas plantas produzem perdas indiretas.
Muita gente costuma associar as mortes ou doenças por picadas de cobras ou por outros fatores, ignorando a possibilidade da intoxicação. Isso porque acredita-se que os animais possuem instinto para diferenciar as plantas “sadias” das tóxicas, o que não é o correto. Animais se alimentam de plantas que dão prazer ao serem ingeridas e, algumas tóxicas podem, inclusive, ter sabor agradável.
Tipos de intoxicação
Ao entrar em contato com o organismo do animal, as plantas liberam substâncias tóxicas, causando a intoxicação, que pode variar de acordo com a quantidade ingerida, a natureza da substância e a via de introdução. O animal pode apresentar:
- Intoxicação aguda, quando há ingestão acidental de alguma planta ou de alguma parte tóxica dela, produzindo sintomas por tempo curto.
- Intoxicação crônica, quando há ingestão continuada, acidental ou propositada de algumas espécies que provocam reações mais graves e complexas.
Principais plantas tóxicas (nomes populares)
- Erva do rato, cafezinho: pode provocar morte súbita
- Gibata, chibata: pode provocar morte súbita
- Corona, cipó-prata: pode provocar morte súbita
- Samambaia: pode provocar hematúria enzoótica, tumores do trato digestivo
- Flor das almas: pode provocar hepatotoxicidade
- Timbó, cinamomo-brabo, Maria preta: pode provocar abortos em bovinos e equinos e fibrose cardíaca em bovinos
- Mamona: pode provocar gastroenterite
Como evitar o surgimento de plantas tóxicas nas pastagens?
Medidas agronômicas de formação de pastagens: empregar técnicas agronômicas para não permitir que espécies tóxicas se tornem dominantes, além de utilizar sementes de qualidade comprovada para a formação da pastagem.
Técnicas de manejo de pastagens: utilizar diferentes espécies de animais no pastoreio para evitar a proliferação de algumas plantas às quais são mais suscetíveis, como utilizar ovinos para pastorear com a finalidade de evitar a proliferação do Senecio spp.
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Fonte: EducaPoint Blog – educapoint.com.br/blog/
por Renato Rodrigues