O cultivo de pupunha é uma atividade forte em nosso país. Isso porque somos o maior produtor e consumidor de pupunha do mundo, com a exploração baseada em espécies nativas, como o Palmiteiro-Juçara. A pupunha se destaca entre os outros cultivares por possuir cultivo perene, perfilhamento abundante e por apresentar período de corte mais precoce.
Francisco Paulo Chaimsohn, autor do Livro AFE Cultivo de Pupunha e Produção de Palmito, ressalta que, para que o cultivo seja de sucesso, é preciso estar atento a todas as etapas e condições necessárias para favorecer o crescimento e desenvolvimento da pupunha, como adubação, clima e solo.
Outra característica dessa variedade é a lenta oxidação, o que permite a comercialização da pupunha in natura. Essa comercialização, difundida e consolidada, pode se tornar uma importante fonte de renda para os agricultores, uma vez que não exige muitos investimentos e o mercado é receptivo para esse produto.
Mudança para o mercado consumidor
A pupunha possui características diferentes em relação às outras espécies, o que pode provocar uma mudança no consumo desse produto: a forma já conhecida, do produto in conserva, poderá ser trocada pela forma in natura. Porém, alguns dos desafios dessa nova proposta de mercado são o de incentivar esse consumo, que ainda é desconhecido e o de incentivar também a produção, que ainda é limitada.
Dados do mercado
De acordo com o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, nosso país já exportou mais de 5 toneladas de pupunha. Essas exportações já alcançaram US$40 milhões, mas hoje estão em torno dos US$7 milhões. Ainda que sejamos responsáveis por 85% da exportação, não dominamos o mercado por falta de competência do setor, que é desorganizado, e também da qualidade do produto.
Local de produção
Estima-se que em nosso país haja áreas de 20 mil hectares destinadas ao cultivo dessa planta, com São Paulo e Bahia liderando o cultivo, possuindo mais de 5 mil hectares cada um desses estados. Também se cultiva pupunha em regiões litorâneas de Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e Rio de janeiro e em regiões com sistemas de plantio irrigado, como no Mato Grosso, Rondônia e Goiás.
Mercado interno
A agricultura familiar tem boa participação no mercado interno de pupunha. Os dados mostram um crescimento no consumo interno de mais de 20%, com expectativas de índices ainda maiores. Entre 2009 e 2011, o consumo de pupunha nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo cresceram 480%, de acordo com dados da Embrapa Florestas.
Indústria
Como mencionado, atualmente a indústria concentra-se na comercialização do palmito em salmoura. Porém, a comercialização in natura, sem tratamentos térmicos é possível e possui potencial crescimento no mercado consumidor.
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Cultivo do Palmiteiro-Juçara
Fonte: Portal do Agronegócio – portaldoagronegocio.com.br
por Renato Rodrigues