A produtividade dos diversos cultivos de grãos, em muitas regiões brasileiras, principalmente nas novas fronteiras agrícolas, está associada com o avanço tecnológico e com a rentabilidade da aplicação de tecnologia nos sistemas de produção utilizados pelos agricultores, como é o caso das colhedoras mecanizadas.
José Antonio Portella, autor do Livro AFE Colheita de Grãos Mecanizada: Implementos, Manutenção e Regulagem, explica que boa parte dessa produtividade se vê afetada quando a colheita mecânica é ineficiente, o que provoca perdas não só quantitativas, como também qualitativas.
Nesse contexto, o produtor que consegue planejar todo o seu processo de colheita larga na frente dos outros, pois é capaz de minimizar as perdas que, em muitos casos, pode significar o seu lucro. Isso é possível a partir de um planejamento. Como? Fique ligado:
O planejamento da colheita mecanizada de grãos
Todo o processo de colheita precisa estar atrelado ao sistema de produção para que seja minuciosamente planejado e para que se obtenha grãos com um bom padrão de qualidade. Como consequência, há a necessidade de executar várias etapas, levando-se em conta aspectos como a área total plantada e a data de plantio de cada gleba, a produtividade de cada uma delas, o número de dias dedicados à colheita e o de colhedoras, a velocidade da colheita e o teor de umidade do grão, entre outros aspectos.
Qual a hora certa de colher os grãos?
Ao atingir a maturidade fisiológica, o que acontece quando o grão apresenta teor de umidade entre 13% e 15%, normalmente ele está pronto para ser colhido. Contudo, há alguns fenômenos podem acelerar o momento da colheita, mas só evitam perdas se, de forma óbvia, ela for realizada no momento ideal.
- Milho
Para ser colhido, o milho precisa apresentar maturidade fisiológica, e, nesse caso, isso acontece quando as plantas estão totalmente secas e quando os grãos estão com aproximadamente 35% de umidade, apresentando uma camada preta na região da extremidade anterior do grão.
- Soja
Já no caso da soja, a observação da maturidade fisiológica é dispensável, pois, nesse momento, o grão apresenta teor de umidade que pode chegar a 65%, fator que torna a colheita mecânica inviável. Então, o teor ideal para que esse grão possa ser colhido é o mais comum, que varia de 13% a 15%.
Como funciona a colheita mecanizada?
Como o próprio nome sugere, a colheita mecanizada é feita com o uso de força mecânica, isto é, com a utilização de máquinas colhedoras. É um trabalho mais econômico e rápido do que o convencional, mas é imprescindível dar atenção a todos os aspectos que envolvem essa prática para que ela alcance o sucesso desejado.
Como visto, a umidade dos grãos é determinante para o sucesso da colheita, especialmente quando ela é feita de forma mecanizada. Além disso, a habilidade do operador é colocada à prova, haja vista que as máquinas dependem de mão de obra especializada para funcionarem de forma efetiva durante a realização da colheita, o que obriga a designação de um operador com conhecimento sobre a máquina para esse momento.
Ainda nesse contexto, entra em cena também a importância da uniformidade da lavoura, haja vista que todos os grãos são colhidos quando o processo é mecanizado, ou seja, quando há partes da lavoura que apresentam diferença em relação à umidade dos grãos, por exemplo, ainda que uma esteja pronta para ser colhida, a outra, que não está, também será.
O que pode causar perdas na colheita mecanizada?
Há uma série de motivos pelos quais os produtores experenciam perdas durante a sua colheita, a exemplo da má preparação do solo, da utilização de cultivares que não são adaptadas às regiões de cultivo, a ocorrência de plantas daninhas e até problemas relacionados ao tempo de colheita, quando ela é realizada na época errada ou quando ela é retardada. No que diz respeito às colhedoras, a má regulagem e a má condução são os empecilhos para um bom rendimento que mais ganham destaque.
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Fonte: MyFarm – myfarm.com.br
por Renato Rodrigues
