Em seu Livro, O Príncipe, Maquiavel, tem uma das teorias políticas mais bem elaboradas, capaz de descrever o Estado, ainda que presenciemos sistemas de governos diferentes do daquela época. O intuito do livro é descrever maneiras de chegar e se manter no poder, conquistando e mantendo um “principado” e conduzindo-se nos negócios públicos internos e externos.
E é o que explica Rozimar Gomes da Silva Ferreira, autora do Livro AFE O Príncipe – Lições que Ganharam o Mundo: O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, é uma obra que vem despertando, ao longo do tempo, muita curiosidade e interesse justamente por evidenciar atitudes extremamente necessárias, que são: como conquistar e como manter um Império.
Em sua obra, Maquiavel descreve um erro do qual os príncipes não se defendem com facilidade, pela imprudência e pelas más escolhas: segundo o filósofo, “[...]os aduladores, dos quais as cortes estão repletas, dado que os homens se comprazem tanto nas suas coisas próprias e de tal modo se iludem, que com dificuldade se defendem desta peste e, querendo defender-se, há o perigo de tornar-se menosprezado.
Não há outro meio de guardar-se da adulação, a não ser fazendo com que os homens entendam que não te ofendem dizendo a verdade; mas, quando todos podem dizer-te a verdade, passam a faltar-te com a reverência.”
Como conselho, Maquiavel propõe que “[...]um príncipe prudente deve proceder por uma terceira maneira, escolhendo em seu Estado homens sábios e somente a eles deve dar a liberdade de falar-lhe a verdade daquilo que ele pergunte e nada mais.
Deve consultá-los sobre todos os assuntos e ouvir as suas opiniões; depois, deliberar por si, a seu modo, e, com estes conselhos e com cada um deles, portar-se de forma que todos compreendam que quanto mais livremente falarem, tanto mais facilmente serão aceitas suas opiniões.
Fora aqueles, não querer ouvir ninguém, seguir a deliberação adotada e ser obstinado nas suas decisões. Quem procede por outra forma, ou é precipitado pelos aduladores, ou muda frequentemente de opinião pela variedade dos pareceres; daí resulta a sua desestima.”
Em outras palavras, Maquiavel recomenda que, para o sucesso político, deve-se afastar de aduladores. Os conselhos dados por eles devem ser levados em conta apenas após avaliação do que foi dito, para que sejam acatados ou não. Isso porque é uma virtude dos príncipes encontrar a serenidade e a verdade, a partir de sua própria reflexão.
Por ser renascentista, Maquiavel tem o espírito inovador, ou seja, ele quer negar tudo o que veio antes e superar tudo o que era medieval. Com isso, propõe uma ressignificação de conceitos, rejeitando as ideias de Aristóteles, de que a prudência é o melhor caminho, propondo que a coerência está contida na arte de governar.
A reflexão também remete a dias atuais, pois para Maquiavel, o pensamento deve ser excludente, ou seja, os interesses do Estado devem estar separados dos dogmas e interesses da Igreja. Ao chegar ao fim o capítulo dedicado aos aduladores, ele finaliza dizendo que os conselhos devem ser ouvidos sim, mas apenas quando forem pedidos.
“Um príncipe, portanto, deve aconselhar-se sempre, mas quando ele queira e não quando os outros desejem; antes, deve tolher a todos o desejo de aconselhar-lhe alguma coisa sem que ele venha a pedir.”
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Fontes: Livro: O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. Disponível em: portalabel.org.br/images/pdfs/o-principe.pdf
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por Renato Rodrigues