A Bacrtris gasipaes, nome científico da popular pupunheira, produz frutos e, também, um palmito de excelente qualidade. Assim, é grande o interesse na comercialização de seus frutos e na exploração do palmito.
Para Francisco Paulo Chaimsohn, autor do Livro Cultivo de Pupunha e Produção de Palmito, da Aprenda Fácil Editora, a pupunheira vem despertando o interesse dos produtores rurais, que veem um mercado cada vez maior e excelentes oportunidades de crescimento da produção.
Seleção de matrizes e preparo das sementes
No plantio, as matrizes devem ser sem espinhos (inermes) para a produção de palmito, e pode haver ou não os espinhos quando o objetivo for a grande produtividade de frutos.
Os cachos são colhidos e os frutos despolpados. As sementes devem ser imersas em solução de hipoclorito de sódio a 2,5% durante 24 horas, um processo de fermentação. Neste período, eliminam-se as sementes que flutuam, pois provavelmente não germinarão. Em seguida, lava-se as sementes para a remoção total da polpa e elas são secas por até 24 horas.
O período entre o preparo e o semeio deve ser o menor possível. Caso haja necessidade de transporte ou armazenamento das sementes, estes devem ocorrer em uma caixa de madeira com serragem úmida, curtida ou cozida, visado a manutenção do teor de umidade para que o poder germinativo das sementes não seja afetado.
Sementeira e germinação
A quantidade de sementes utilizadas vai depender do tipo de exploração do plantio e da condução do viveiro. A partir da quantidade necessária de sementes, são construídos os canteiros que poderão ter borda de madeira ou de alvenaria.
A germinação inicia-se no 30º dia e estende-se por mais 60 dias. Quando o folíolo projeta-se de 1 a 2 cm acima do substrato, é o momento ideal para repicagem. Em seguida, as plântulas repicadas são passadas para sacolas de polietileno, onde as mudas completarão seu crescimento. Após essa etapa, ocorre divisão entre pequenos e grandes viveiros, onde as práticas são distintas.
Manejo dos viveiros
Os viveiros pequenos produzem até 100 mil mudas por ano e o viveirista pode efetuar práticas manualmente. São compostos por três partes de terra, uma de areia lavada e uma de material orgânico. Os viveiros pequenos podem ser conduzidos a pleno sol. Porém, para reduzir os gastos com mão-de-obra na irrigação, é interessante possuir uma cobertura que reduza a radiação em no máximo 30%. Geralmente, não são necessárias adubações químicas. Todavia, caso a planta apresente crescimento lento e coloração amarelada, pode ser aplicada uma cobertura de ureia e cloreto de potássio.
Os grandes viveiros visam a produção de mais de 250.000 mudas por ano. Para a redução da mão de obra, elas são produzidas sem cobertura e há investimento no sistema de irrigação. O substrato, nesse sistema, não contém o composto orgânico. Como não há composto orgânico no substrato, há a necessidade de adubação suplementar.
Em ambos os tipos de viveiros, a irrigação deve ser diária durante a estação seca e alternada quando há chuvas, havendo sempre a verificação do substrato. Pode haver uso de agrotóxicos para controle de doenças e pragas, mas este uso não deve ser contínuo; as ervas daninhas devem ser retiradas manualmente. Para estarem aptas ao plantio, as mudas devem conter, pelo menos, cinco folhas, altura de 30cm e diâmetro de 1cm.
Confira nossos Livros da Área Agricultura:
Cultivo de Pupunha e Produção de Palmito
Cultivo do Palmiteiro-juçara
Produção de Álcool na Fazenda
Fonte: Saber na Rede – sabernarede.com.br
por Renato Rodrigues