Muitos produtores de leite se destacam na atividade por suas criações manterem um ótimo desempenho mesmo nas estações quentes do ano. Por outro lado, boa parte não sabe quais medidas tomar para enfrentar o calor em suas regiões, o que ocasiona menor produtividade dos animais, impactando no resultado da pecuária de leite.
Carlos Modesto, um dos autores do Livro AFE Bem-estar do Gado Leiteiro, informa aos produtores que desejam aumentar o seu desempenho que é importante que conhecer os hábitos e presta atenção no comportamento de sua criação, procurando saber se o manejo do gado atende às condições de conforto e bem-estar, independente do sistema de manejo adotado, com os animais em confinamento ou a pasto.
Um dos fatores mais importantes para favorecer o bem-estar do gado leiteiro é a garantia de um bom conforto térmico para o rebanho. O Brasil é, a grosso modo, um país com temperaturas elevadas em praticamente todo o ano e, nesse contexto, os animais estão expostos a elas e a outros fatores climáticos que desencadeiam estresse nos bovinos, o que, consequentemente, faz com apresentem baixa performance.
Seja qual for a forma de criação adotada, é essencial controlar a temperatura de todos os espaços onde o gado fica, além de fornecer água limpa e fresca, ventilação nas instalações, dieta eficaz e outras condições para que ele tenha uma vida tranquila.
A temperatura ideal
Há uma inversão de papeis quando se fala em temperatura ideal, isto é, enquanto os animais mais jovens são mais prejudicados por conta do frio, os animais adultos estão mais susceptíveis ao calor. Por conta disso, é importante evitar locais com temperaturas mais extremas, oferecendo uma temperatura mais ideal para os bovinos.
Estresse calórico
Quase todas as vacas leiteiras possuem uma zona de conforto térmica, conhecida como ZTN, que permite a manutenção da temperatura corporal com o mínimo de esforço, por meio de um processo conhecido como homeotermia. No entanto, quando elas se encontram em regiões com temperaturas muito elevadas, precisam regular a sua temperatura transferindo calor corporal em um local mais frio.
Por exemplo, vacas em lactação precisam de um ambiente com temperatura entre 4°C e 24°C. Problemas como a mastite clínica, a baixa resistência imunológica, a redução no escore corporal e a redução na produção de leite são observados quando esses animais são submetidos a locais que favorecem o estresse térmico.
Conforto térmico e a produção de leite
É importante ressaltar que não há um padrão para todas as vacas, ou seja, cada espécie e raça possui uma tolerância o calor e/ou ao frio e isso precisa ser respeitado para que os animais produzam eficientemente. O estresse térmico acaba fazendo com que as vacas comam menos e não tenham todas as necessidades nutricionais atendidas, o que, além de diminuir a quantidade, afeta também a qualidade do leite.
O que fazer para minimizar o estresse térmico?
Algumas medidas podem ser adotadas pelos criadores:
- Fornecimento de locais de descanso com sombras naturais ou artificiais em áreas grandes o suficiente para abrigar os animais;
- Disposição do alimento e da água em cochos à sombra, certificando-se de que o líquido sempre esteja fresco para que consiga auxiliar na manutenção da temperatura corporal das vacas;
- Criação de raças menos sensíveis ao calor;
- Instalação de ventiladores em galpões e em outras instalações cobertas;
- Adoção de telhas de barro na cobertura de instalações, pois esse material isola a temperatura mais facilmente;
- Fornecimento de dietas “frias” e suplementação com minerais, estratégias que precisam ser elaboradas com o auxílio de um zootecnista, entre outras medidas.
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Bem-estar do Gado Leiteiro
Manual do Produtor de Leite
Manejo de Vacas Leiteiras a Pasto
Fontes: IEPEC – iepec.com
Rural Pecuária – ruralpecuaria.com.br
por Renato Rodrigues
