As pastagens são essenciais para a criação de gado, uma vez que esses animais encontram nela boa parte do seu alimento. Por conta disso, fica fácil perceber que o produtor precisa dar atenção a elas para potencializar o resultado de sua criação, conhecendo os principais aspectos que as envolvam.
Sylvio Lazzarini, um dos autores do Livro AFE Estratégias para a Entressafra, pastagens de inverno são uma alternativa econômica e vantajosa que pode ser utilizada por produtores rurais em benefício dos animais.
Na Região da Campanha Meridional, localizada no Sul do Brasil, onde há pecuária de corte de qualidade, é muito comum haver temperaturas abaixo de zero graus no inverno, com incidência de geadas e excesso de umidade. Esses fatores climáticos resultam num déficit alimentar na atividade pecuária. A geada acaba queimando os campos naturais e há paralização do crescimento das produções, o que desequilibra as necessidades energéticas, proteicas, metabólicas e de manutenção dos animais, causando perda de peso, diminuição da idade do abate e outras consequências negativas como abortos e mortalidade. Assim, no inverno em algumas regiões, há ineficiência na atividade pecuária.
Planejamento Forrageiro
A técnica do planejamento forrageiro evita perdas invernais, incrementa a produtividade e faz com que haja mais rentabilidade pecuária. Durante esse período, os produtores podem utilizar de algumas tecnologias e diversificar as espécies que são plantadas. A escolha das espécies está ligada à região, ao solo, ao clima, à vegetação natural, à topografia, ao relevo e ao sistema de produção que se utiliza.
Sistemas de implantação
Pode ser realizada semeadura direta sobre o campo natural, semeadura em cobertura de forma direta sobre o campo nativo, implantação de leguminosas em cobertura, semeadura de pastagens de inverno, plantio direto de pastagens de inverno, introdução das pastagens através do cultivo mínimo ou semeadura convencional.
Espécies e variedades
Em algumas das regiões mais frias da América do Sul – Sul do Brasil, Uruguai e Argentina, por exemplo – é possível realizar um planejamento forrageiro com diversas espécies, o que vai depender dos fatores citados acima, como clima, solo e sistema a ser adotado.
Deve-se priorizar gramíneas e leguminosas na escolha das pastagens de inverno, por ser ocorrer maior produção dessas espécies quando a forragem é bem distribuída ao longo das estações climáticas, o que deixa o solo mais fértil e garante boa produtividade por vários anos.
Gramíneas anuais como o azevém e a aveia são indicados para os sistemas de rotação curta, em que ocorre semeadura de culturas agrícolas na primavera, permitindo que o solo fique coberto, gerando integração com a pecuária e acarretando na obtenção de palhada para o plantio direto.
São recomendadas as gramíneas: aveia preta (Avena strigosa), aveia branca (Avena sativa), azevém anual (Lolium multiflorum), capim lanudo (Holcus lanatus) e Festuca (Festuca arundinacea). Como leguminosas, recomenda-se o plantio de: trevo branco (Trifolium repens), cornichão (Lotus corniculatus), cornichão anual (Lotus subbiflorus), lotus maku (Lotus pedunculatus), lotus tenius (Lotus tenius), trevo vermelho (Trifolium pratense), trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum) e trevo subterrâneo (Trifolium subterraneum).
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Fonte: Thompson Flores Consultoria – Thompsonfloresconsultoria.webnode.com.br
por Renato Rodrigues
