Com uma cadeia produtiva cada vez maior, os criadores de gado de corte se veem obrigados a garantir uma linha de produção intensa e com alta qualidade. Nesse sentido, quaisquer métodos que favoreçam a pecuária de corte podem e devem ser explorados pelo produtor, a exemplo do melhoramento genético.
Sylvio Lazzarini, um dos autores do Livro AFE Reprodução e Melhoramento Genético – Na Pecuária de Corte, destaca que o melhoramento genético do rebanho é um fator até cinco vezes mais importante que o ganho de peso, uma vez que os benefícios dessa técnica são cumulativos a longo prazo.
O que é o melhoramento genético?
Tal qual seu nome sugere, o melhoramento genético é um método que tem a finalidade de obter um rebanho com melhores índices genéticos, isto é, animais com características que garantam um alto padrão de qualidade. Evidentemente, o estabelecimento de animais com esses traços proporcionam um melhor resultado econômico.
Quais as vantagens do melhoramento genético?
- Melhor ganho de peso
Quando o animal possui padrão genético elevado, ele consegue se desenvolver de forma mais eficiente e, consequentemente, torna-se mais produtivo ao final da criação. Como uma reação em cadeia, a engorda é mais rápida – sem deixar de proporcionar uma carne com qualidade valorizada na comercialização.
- Redução nos custos da produção
Ainda, como mencionado, relacionado ao aspecto econômico, um rebanho geneticamente melhorado potencializa os lucros do produtor, pois é possível reduzir os gastos com insumos na engorda – água, pasto e ração, por exemplo. Isso, graças à aceleração do processo de engorda e à redução do intervalo entre as gerações.
- Produto mais valorizado
Se carne de qualidade é o que o mercado exige, a partir da técnica de melhoramento, tal objetivo é alcançado de forma mais efetiva. E, não só a carne em si, como também a reputação do produtor frente aos consumidores ajuda a destacar a sua propriedade dentre as suas concorrentes.
- Novas opções
Mais do que produzir uma excelente carne em menos tempo, há a possibilidade e ampliar o leque de atuação com a comercialização de animais de alto padrão genético para outras propriedades, uma vez que implementar um programa de melhoramento não é algo tão barato, sendo inviável para propriedades de menor porte.
O que considerar ao realizar o melhoramento genético?
Para que seja possível realizar a otimização genética do gado de corte, é fundamental passar por dois conceitos importantes: a seleção, que consiste na escolha dos animais a gerarem os “novos”; e o sistema de acasalamento, definindo qual animal cruzará com o outro.
Com a análise de dados zootécnicos dos animais, realiza-se uma classificação dos bovinos com qualidades de interesse econômico do pecuarista. Os bovinos precisam de ser separados em grupos – época de nascimento e sexo – e somente os que estiverem no topo da classificação são selecionados para proceder ao melhoramento.
No que diz respeito aos touros, recomenda-se que não sejam utilizados por muito tempo devido à redução da fertilidade à medida em que eles ficam mais velhos. Vacas e novilhas vazias têm que ser descartadas e, com o passar do tempo, as que forem utilizadas devem ser substituídas por animais que já foram melhorados.
As condições de que o produtor possui para criar o gado interferem igualmente na eficiência do melhoramento porque não basta escolher a melhor raça: é essencial que ela consiga se adaptar. De acordo com o tipo de reprodução escolhido, a seleção dos bovinos varia e, por isso, o custo-benefício necessita de análise antes da determinação de qual técnica reprodutiva utilizar.
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Fonte: Nutrição & Saúde Animal by Vaccinar – nutricaoesaudeanimal.com.br
por Renato Rodrigues