A criação de galinhas poedeiras é uma atividade lucrativa e em expansão em nosso país. As galinhas, que são criadas com o objetivo de produção de ovos, precisam, dentre outras coisas, de alimentos e nutrientes adequados, para que sua produção seja de qualidade.
Arele A. Calderano e Rosana Cardoso Maia, autoras do Livro AFE Formulação de Rações para Galinhas Poedeiras Convencionais e Caipiras, explicam que os gastos com a alimentação representam aproximadamente 70% dos custos de produção, o que significa um alto valor econômico, que precisa ser utilizado da melhor forma.
O Cálcio é um elemento essencial para a formação da casca do ovo. Para uma formação adequada da casca, a galinha precisa receber aproximadamente 4,1g/dia desse elemento, para que, além disso, ela consiga depositar na gema, repor perdas teciduais e manter a homeostasia iônica, que é regulada pela concentração do cálcio, na forma ionizada.
Indo contra o pensamento antigo, ao chegar ao quarto final do período produtivo, de primeiro ou segundo ciclos, a exigência desse elemento é pouca coisa menor: 4g/dia. Nessa fase da vida, aumentar o fornecimento de cálcio não significa melhora no problema da casca, comum em idades mais avançadas, mas sim o fornecimento equilibrado dos minerais e, por consequência, o equilíbrio eletrolítico.
O Cálcio dietético aparece na corrente sanguínea após a absorção, podendo ser de duas formas: livre ou ligado à proteína transportadora ou sais orgânicos. A forma não difusível, a complexada, funciona como um “estoque plasmático”, muito disponível para que seja ionizado, à medida em que o Ca difusível vai sendo incorporado na formação da casca.
O excesso é depositado nos ossos, estrutural ou medular, formando um estoque menos variável, mas não menos importante. Isso, principalmente, quando todo o processo de formação da casca transcorre durante o tempo em que a ave fica no escuro e não se alimenta.
Ainda que as aves precisem extremamente desse elemento, ainda há discussões quanto à forma que ele deve ser oferecido na ração. Deveria ser suplementado com matérias primas mais volumosas e menos pulverlentas do que o calcário padrão, especialmente no verão e na fase final do ciclo reprodutivo.
A recomendação incide no uso de calcário calcítico tipo pedrisco ou farinha de ostra em partículas grandes na ração, o que seria responsável por proporcionar a liberação do cálcio de uma maneira mais lenta, disponibilizando-o no pool plasmático durante a formação da casca no período noturno.
Outra opção seria a de fornecimento de parte da alimentação diária necessária ao final do dia, aproximadamente duas horas antes do entardecer ou 4 horas antes do apagar das luzes no aviário.
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Fonte: Avicultura Industrial – aviculturaindustrial.com.br
por Renato Rodrigues
