Sylvio Lazzarini, um dos autores do Livro AFE Cria e Recria na Pecuária de Corte, ressalta que a pecuária de corte brasileira, em sua evolução histórica, passou por um longo processo de segmentação, consolidando-se com três ramos importantíssimos, representados pela cria, recria e engorda.
Dentre esses, é possível destacar a recria, fase um pouco negligenciada na bovinocultura brasileira e que acaba sendo decisiva para os lucros dos criadores. É necessário dar ênfase ao fato de que nenhuma fase é menos importante do que a outra, o que obriga os bovinocultores a se dedicarem a cada uma delas.
A seguir, apresentamos algumas estratégias que contribuirão para o sucesso da recria de bovinos de corte:
Pós-desmama
Logo após a desmama, o período é considerado crítico e deve-se manejar os animais com todo o cuidado. É nele em que a relação e maternidade entre a vaca e o bezerro é desfeita, o que pode causar estresse no animal, ao ser colocado em um novo ambiente. Além disso, pode haver também baixa produtividade, com perda de peso do animal por não consumir forragem adequadamente. Caso coincida com o período da seca, pode ser ainda pior.
Uma boa opção para os produtores é a adoção de uma técnica conhecida como “creep-feeding”, isto é, disponibilizando um cocho privativo ao qual somente o bezerro tenha acesso antes de ser desmamado, reduzindo a dependência da vaca e contribuindo para um bom desenvolvimento do rúmen. Manter a vaca próxima do bezerro possibilita os estímulos sensoriais.
Pastagens
Na fase da recria, o criador tem “em suas mãos” animais jovens, que necessitam de proteínas para crescer. Logo, torna-se essencial que pastos com forrageiras de boas condições nutricionais estejam à disposição desses animais, apresentando também menos lignificação e maior proporção de folhas em relação a colmos.
Suplementação
Na época seca, os animais encontram uma pastagem com baixo valor nutritivo e alto teor de fibra indigestível. Soma-se a isso o fato de que os teores de proteína bruta são menores e limitam o consumo e desempenho da cria. Para resolver esse impasse, pode-se utilizar a suplementação proteica e/ou energética, tanto na época seca quanto na época chuvosa. Essa estratégia aumenta a proteína e a energia para os animais e, ainda, causa maior aproveitamento da forragem consumida.
Controle sanitário
A criação de um calendário sanitário para o rebanho é extremamente necessária. Na recria, essa criação torna-se ainda mais importante pelo fato de que, durante o pós-desmama, podem surgir fatores de estresse e erros que deixem os bezerros mais vulneráveis. Com a ajuda de um profissional, define-se quais são as vacinas essenciais e outras medidas para garantir a saúde do rebanho.
Ganhos
Os resultados das recrias são melhores quando o maior número de arrobas é produzido durante a fase de crescimento do animal, pois a conversão alimentar é mais positiva se comparada com a fase de engorda. Além disso, o custo da arroba é reduzido se o maior ganho ocorrer durante a fase de crescimento. É importante, também, a constância dos ganhos, para evitar o efeito sanfona. As taxas de ganho de peso são influentes na composição da carcaça dos animais em crescimento. Intensificar todo o sistema produtivo é positivo para que a pecuária se mantenha competitiva e sustentável.
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Engorda a Pasto
Confinamento de Bovinos
Fonte: DSM – dsm.com
por Renato Rodrigues
