João Gonsalves, autor do Livro AFE Manual do Produtor de Leite, explica que produzir leite exige atenção, dedicação, esforço e, acima de tudo, muito cuidado com o rebanho leiteiro, garantindo seu bem-estar e manejo adequado para que a produtividade e a rentabilidade da atividade não sejam prejudicadas.
Diariamente, o gado leiteiro é exposto a diferentes temperaturas, o que pode acabar provocando estresse nos animais, resultando em performances abaixo do esperado. Além do calor produzido pelo próprio corpo durante o metabolismo, as vacas absorvem o calor da radiação solar, seja ela direta ou indireta.
Importância da temperatura ideal
Durante o manejo, o produtor precisa garantir o bem-estar dos animais no que se refere à sensação térmica. Animais jovens, por exemplo, acabam sofrendo um estresse térmico por causa do frio, dado que produzem pouco calor a partir da fermentação no rúmen.
De forma análoga, os animais adultos estão mais propensos ao calor. Quando são submetidos a altas temperaturas, esses animais acabam produzindo menos calor metabólico, reduzindo, para isso, o consumo de alimentos, o que provoca perdas na produção leiteira.
Efeitos do estresse térmico
Geralmente os animais possuem uma zona de conforto térmico, o que faz com que sua temperatura corporal se mantenha através da homeotermia. Em locais com temperaturas mais elevadas, o animal precisa de um ambiente mais frio, para que possa transferir parte do calor corporal.
Dentre os problemas causados pelo estresse térmico, destacam-se:
- Maior índice de retenção da placenta;
- Mastite clínica;
- Predisposição à acidose ruminal;
- Predisposição aos problemas de casco;
- Baixa resistência imunológica;
- Redução de escore corporal;
- E redução na produção de leite.
Cada espécie possui uma temperatura considerada “ótima” para lactação. Quando essa temperatura não é respeitada, o prejuízo reflete na redução da produção e na queda da qualidade do leite produzido.
Como minimizar o estresse térmico
O produtor pode adotar várias estratégias para minimizar esse problema, como a disponibilização de sombras para os animais. Também, é possível fazer uso de ventilação natural ou até mesmo ar refrigerado em confinamento total.
Porém, para a adoção dessas medidas, é preciso estar atento para evitar que os animais se amontoem, projetando o tamanho e altura das instalações de acordo com a raça leiteira criada. Em regiões com baixa umidade do ar, o pecuarista ainda pode instalar aspersores de água.
Os locais de manejo também precisam ser pensados para minimizarem os efeitos térmicos nos animais. O centro de manejo por ser construído em locais mais altos para que sejam mais ventilados. Água e alimentação devem estar sempre à disposição dos animais, na sombra e protegidos do tempo.
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Fonte: IEPEC – iepec.com
por Renato Rodrigues