Ao pensarmos em alimentação animal, vários fatores devem ser considerados, como as propriedades nutricionais e as matérias-primas usadas para compor o alimento. Isso porque, de acordo com Sebastião Silva, autor do Livro Matérias-primas para Produção de Ração – Perguntas e Respostas, da Aprenda Fácil Editora, “Para que as funções orgânicas dos animais se realizem perfeitamente e, consequentemente, sua produtividade seja mantida nos níveis considerados ideais, é necessária uma quantidade mínima de nutrientes essenciais, como proteínas, energia, minerais e vitaminas.”.
Por essa razão, as rações são produzidas com produtos agrícolas ou seus subprodutos como grãos, farelos, farinhas e resíduos, constituindo-se as matérias primas de origem vegetal e animal, além daquelas que servem praticamente na sua totalidade para completar as necessidades de aminoácidos, vitaminas e minerais, para que possam conter os nutrientes essenciais aos animais.
Mas, é preciso pensar na composição de cada ração de acordo com o animal. O sistema digestivo dos coelhos, por exemplo, é diferente do sistema digestivo de equinos. Portanto, outro ponto a ser considerado, também, é a digestibilidade do alimento pelo organismo do animal. Alguns fatores antinutricionais podem, em vez de auxiliar no desenvolvimento do animal, prejudicá-lo. Os mais conhecidos são: antivitaminas, ácidos orgânicos queladores de cátions minerais, antienzimas (por exemplo, a antitripsina da soja), taninos condensados, lectinas e saponinas. Esses antinutrientes, além de intoxicar, podem reduzir o apetite, provocar desconfortos gastrointestinais e alterações das caraterísticas organolépticas.
Voltando às matérias-primas, veja a seguir as mais usadas:
- Cereais: milho (mais usado, por ser mais energético), trigo tenro, cevada, sorgo, centeio, entre outros.
- Derivados dos cereais: farelos são muito comuns, farinhas fracas e remoeduras.
- Ensilagens: são formas de conservar os cereais com alta umidade, sendo a de cevada e a de trigo as mais usadas.
- Melaços: o principal é o de cana, que atua como palatabilizantes de dietas.
- Gorduras alimentares: óleos vegetais, como o de soja, o de milho e o de canola, e gorduras de animais, como a gordura de aves.
- Raízes e tubérculos: apesar do baixo valor nutricional, a mandioca, por exemplo, apresenta bom custo/benefício.
- Subprodutos: são variados e dependem da espécie que será alimentada e da disponibilidade do subproduto desejado.
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Fonte: Marcos Duarte – InfoEscola – infoescola.com
por Renato Rodrigues