Atualmente os pecuaristas encontram um cenário extremamente positivo para a atividade, com o mercado a todo vapor e com cada vez mais projeções de lucros na comercialização de produtos de origem pecuária, como é o caso do leite e da carne bovina. Porém, há também uma ameaça que pode fazer com que o que se encontre seja o caminho inverso, com grandes prejuízos financeiros e perda de prestígio no mercado: as doenças, que podem matar grande parte da criação.
Lea Chapaval e Paulo R.B. Plekarski, autores do Livro AFE Leite de Qualidade – Manejo Reprodutivo, Nutricional e Sanitário, explicam que são várias as doenças que podem prejudicar os pecuaristas, como é o caso da Tristeza Parasitária Bovina.
A Tristeza Parasitária Bovina, como o nome sugere, é uma doença infecciosa parasitária que tem como agentes dois parasitas: uma riquetsia do gênero Anaplasma (Anaplasmose) e um protozoário do gênero Babesia (Babesiose). É transmitida comumente pelo carrapato Boophilus microplus, podendo ser transmitida também pela mosca hematófaga Stomoxys calcitrans, por tabanídeos e culicídios.
O prejuízo econômico provocado pelo surgimento dessa doença deve-se à redução da produção de carne e leite, custo do tratamento, gasto com medidas preventivas por conta da introdução de animais de áreas livres em áreas endêmicas, pela infertilidade temporária que é causada no rebanho e, principalmente, pela morte dos animais.
Afirma-se que no Brasil há uma estabilidade enzoótica para a tristeza parasitária bovina devido ao fato de que os bovinos já se encontram naturalmente imunes contra a Babesia, sendo mais comum a manifestação em bezerros pelo fato de ainda estarem sendo expostos à infecção (promoinfecção), adquirindo imunidade com o tempo. Por conta disso, a infecção surge assintomática em animais mais velhos, porque são reinfectados constantemente devido à manutenção da população de B. microplus no rebanho.
Quais são os sintomas da Tristeza Bovina Parasitária?
Os primeiros sintomas são uma intensa apatia e prostração nos animais, que aparecem com um aspecto triste, daí o nome da doença. As mucosas oculares ficam pálidas ou amareladas, indicando que o animal apresenta anemia ou icterícia, respectivamente. A febre é alta, ultrapassando os 40°C e os pelos ficam arrepiados e ásperos. A urina apresenta-se com uma cor de chocolate (hemoglobinúria). Em casos onde há a babesia causada pela B. bovis, os animais demonstram sinais neurológicos, como andar cambaleante, incoordenação, principalmente dos membros posteriores, tremores musculares, agressividade e quedas com movimentos de pedalagem, com óbito dentro de 3 dias.
Como fazer o diagnóstico?
Ele pode ser feito a partir do histórico dos animais, por meio de exames clínicos, em achados de necropsia e em exame de sangue, para um diagnóstico conclusivo, a partir da técnica de esfregaço sanguíneo e observação desse material em microscopia em busca do parasita.
Como deve ser o tratamento?
Deve ser indicado por um veterinário, com medicamentos que possuem ação direta sobre a Babesia spp., à base de diaminazina, e o Anaplasma spp., à base de oxitetraciclinas. Em casos onde a infecção é dupla, feita pelos dois parasitas, o uso de Imidocarb é recomendado. Faz-se necessário o uso de suplementos para auxiliar na recuperação animal, como tônicos fortificantes, minerais, vitaminas, aminoáciso e antitóxicos.
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Fonte: InfoEscola – infoescola.com
por Renato Rodrigues
