Jesús Vázquez Minguela, um dos autores do Livro AFE Manual de Aplicação de Produtos Fitossanitários, destaca que tradicionalmente, há, na sociedade, consenso de que os produtos fitossanitários são prejudiciais ao homem. No entanto, o seu uso tem contribuído para o aumento da produtividade e para a melhoria da qualidade dos alimentos.
A utilização desse tipo de produto, porém, deve ser feita de maneira racional, dentro do contexto mais amplo da proteção integrada de plantas, evitando-se, assim, a contaminação do solo e da água, os danos à saúde humana e animal e o aparecimento de pragas e doenças mais resistentes.
O que são produtos fitossanitários?
Também conhecidos como defensivos agrícolas, agrotóxicos, pesticidas ou praguicidas, os produtos fitossanitários são composições químicas, físicas ou biológicas que possuem a função de controlar os seres vivos prejudiciais à lavoura na agricultura. São vários os insetos, as plantas daninhas e as doenças que podem atacar o ciclo de uma cultura e, nesse contexto, os defensivos atuam para impedir a ação deles.
Por que é necessário utilizar esses produtos?
Partindo-se da informação de que a agricultura é um dos principais agentes que movem o mundo e tendo como base que os defensivos agrícolas proporcionam melhor saúde às plantas, fica fácil perceber porque eles são tão necessários. A demanda mundial por alimentos produzidos pela agricultura é alta e, por conta disso, essa atividade precisa produzir cada vez mais, certificando-se de que as culturas não serão prejudicadas, o que pode refletir também na qualidade do alimento produzido.
Os defensivos agrícolas são a única forma de controle?
Não e não devem ser aplicados isoladamente. Recomenda-se utilizá-los em conjunto a um manejo integrado de pragas, conhecido como MIP – um conjunto de técnicas que têm como principal objetivo manejar uma praga da melhor forma. Por exemplo, o cultivo de variedades mais resistentes pode ser eficiente para evitar prejuízos à lavoura.
Como aplicar os defensivos agrícolas?
Em primeiro lugar, antes da aplicação, é imprescindível que o agricultor saiba que a aplicação desses defensivos deve ser realizada apenas com a recomendação de um engenheiro agrônomo, que prescreverá o melhor produto a ser empregado. Antes de determiná-lo, ele deve conhecer, dentre outros aspectos, o tipo de praga, a dosagem necessária e as condições da área que foi atacada.
Quais são as classificações dos defensivos agrícolas?
Os defensivos são classificados de acordo com alguns critérios, dos quais se destacam:
- Praga que controlam, evidenciado pelo nome que recebem
i. Inseticidas;
ii. Acaricidas;
iii. Fungicidas;
iv. Nematicidas
v. Herbicidas
- Toxicologia em animais
i. Classe I: Extremamente tóxico, devendo conter uma faixa vermelha na embalagem;
ii. Classe II: Altamente tóxico, apresentando faixa na cor amarela;
iii. Classe III: Medianamente tóxico, com faixa na cor azul;
iv. Classe IV: Pouco tóxico, recebendo faixa na cor verde.
Essa classificação é realizada pela ANVISA e, no rótulo do produto, a cor mencionada acima deve estar presente, de acordo com a classe em que se classifica.
- Periculosidade ambiental
i. Classe I: Altamente perigoso ao Meio Ambiente;
ii. Classe II: Muito perigoso ao Meio Ambiente;
iii. Classe III: Perigoso ao Meio Ambiente;
iv. Classe IV: Pouco perigoso ao Meio Ambiente.
Nesse caso, a classificação é feita pelo IBAMA, que avalia o efeito desses produtos em aves, peixes, mamíferos, abelhas e outros organismos e microrganismos que não são alvo deles.
Como utilizar produtos fitossanitários sem prejudicar a saúde e o meio ambiente?
Algumas recomendações são imprescindíveis para garantir a segurança na utilização dos defensivos agrícolas. Além da necessidade de prescrição para utilização, todas as recomendações de transporte e armazenagem devem ser seguidas, bem como a utilização de equipamentos de proteção individual durante todo o manuseio, preparo e aplicação dos produtos fitossanitários.
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por Renato Rodrigues