Maurício Novaes, um dos autores do Livro AFE Cultivo de Pupunha e Produção de Palmito, destaca que dentre as várias palmeiras que produzem palmito comestível no Brasil, a espécie mais conhecida é a Bactris gasipaes, comumente chamada de pupunha, que possui alto valor econômico como alimento.
Em algumas regiões brasileiras, os frutos da pupunha podem ser consumidos cozidos ou até na forma de geleias, sucos e compotas. Entretanto, o palmito de pupunha, que é obtido no caule, possui maior abrangência nacional, sendo cada vez mais produzido nas propriedades agricultoras e popular entre os brasileiros.
Contudo, é muito comum que, durante o cultivo dessa palmeira, os agricultores estejam desinformados, o que pode contribuir para o fracasso da produção. A seguir, apresentamos algumas perguntas comuns, bem como respostas que ajudarão a conduzir uma boa produção de palmito:
Quanto custa implantar e manter o cultivo de palmiteiros?
O valor pode variar de acordo com a região e com as características físicas do terreno ou do sistema de produção adotado. Em alguns estados, porém, para se ter uma média, o custo de implantação de um hectare varia em aproximadamente R$13.000,00, custando quase R$2.500,00 para manutenção ao ano.
Qual o melhor clima para cultivar essa planta?
A pupunha não suporta geadas, o que dificulta seu cultivo em áreas muito frias. O clima ideal é o tropical superúmido, com bom índice de precipitação ao ano, sem que ele seja nulo no mês mais seco. Ainda, o ideal é que a temperatura média gire em torno dos 21°C, com umidade relativa do ar entre 80% e 90%.
Qual o melhor solo para a pupunheira?
Essa espécie consegue se adaptar a diversos tipos de solo. Todavia, não suporta solos muito encharcados e requer calagem seguida de adubação para corrigir deficiências de solos ácidos. É necessário, também, diminuir a compactação de solos com textura muito argilosa ou compactados.
É necessário fazer a correção do solo para o cultivá-la?
Antes de qualquer cultivo, deve-se coletar uma amostra do solo para que ele seja analisado e para que se verifique a necessidade de calagem e de adubação, além de outros fatores que podem interferir negativamente no desenvolvimento da planta. Caso seja necessário adubar, recomenda-se que ela seja feita ao menos 30 a 45 dias antes do plantio.
O que preciso saber para escolher uma boa muda?
O agricultor deve estar atento a diversas características que demonstrem se tratar de uma boa muda, como: ausência de espinhos no caule ou folhas; aspecto sadio e vigoroso, sem pigmentação ou má formação, com altura entre 30 a 40cm e com 5 a 6 folhas; sistema radicular bem desenvolvido, mas sem enovelamento; e mudas com o maior diâmetro da base da planta.
Existe uma época mais indicada para o plantio?
Sim, recomenda-se que ele seja feito entre a primeira quinzena de novembro até a primeira de dezembro para que se obtenha melhores resultados. O plantio fora dessa época é possível, apesar de não ser o indicado.
Há um espaçamento entre as plantas a ser seguido?
Para determinar o espaçamento entre as mudas, o agricultor tem que atentar-se a vários fatores, como a fertilidade do solo, a distribuição de chuvas, a luminosidade, a temperatura, entre outros. Alguns estudos apontam que o espaçamento de 2m x 1m, com densidade de 5 mil plantas por hectare é o mais adequado.
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Fonte: Embrapa ttflorestal – embrapa.br
por Renato Rodrigues
