Jacimar Souza e Patrícia Rezende, autores do Livro AFE Manual da Horticultura Orgânica, explicam que a agricultura fez parte da formação da história do homem e, por mais que seja uma prática milenar, hoje ainda desempenha papel fundamental para a manutenção da nossa sociedade.
A agricultura, há muito tempo, tratava-se de subsistência. As pessoas precisavam plantar para consumir. Hoje, ao contrário, em países industrializados, apenas uma a cada 50 pessoas trabalha em lavouras, o que representa a agricultura moderna e suas mudanças em relação à agricultura de subsistência.
Houve, ao longo da história, avanços na agricultura, os quais começaram aos poucos e foram se intensificando com o tempo. Esses avanços trouxeram muitos impactos para as famílias e os processos de desenvolvimento continuam pelo mundo.
O início das mudanças
Na Europa, um dos avanços que mais contribuíram para o fim da agricultura de subsistência foi a utilização da coalheira, ainda no século XII. O uso do instrumento permitia a utilização de cavalos para puxar carga com mais força sem risco de sufocar.
Outro avanço foi o cultivo de plantas diferentes, como feijão, ervilha, trevo e alfafa, produções que fazem com que o solo tenha mais nitrogênio, ficando mais produtivos.
Tais avanços possibilitaram que alguns produtores pudessem, além de se alimentar e alimentar suas famílias, vender parte de sua produção. Assim, as cidades foram crescendo, pois as pessoas passaram a exercer profissões variadas, já que podiam comprar seu alimento.
A invenção de máquinas agrícolas e as consequências para as pessoas
O uso das novas máquinas e dos fertilizantes que começou por volta do século XVIII aumentou de maneira vertiginosa a produção agrícola, e o fornecimento de grandes quantidades de alimento a baixo custo para as cidades foi um dos progressos que possibilitou a Revolução Industrial.
Muitas famílias, contudo, tiveram que se mudar do campo para buscar o sustento nas cidades, trabalhando em minas de carvão, fundições de ferro, estaleiros e tecelagem, por exemplo, lucrando pouco com seu trabalho, e abandonando suas terras para morar em periferias superlotadas e com baixa salubridade.
Tecnologia e desenvolvimento
As pesquisas agrícolas trazem mudanças até hoje. Geneticistas desenvolveram plantas que produzem mais e possuem resistência a doenças, por exemplo. Pesquisadores descobriram a mistura exata de substâncias químicas necessárias para determinados tipos de planta. Com o desenvolvimento de inseticidas e herbicidas pelos cientistas, muitos trabalhadores rurais perderam o emprego, pois já não havia mais função para todos eles. A vida dos pecuaristas também mudou com o auxílio de robôs e computadores na ordenha e na alimentação.
A presença da ciência e da tecnologia na agropecuária trouxe resultados impressionantes, possibilitando produções cada vez maiores, contudo houve muito impacto na vida dos pequenos produtores e trabalhadores rurais.
Um novo tipo de agricultor
Neste cenário de mudanças, o novo agricultor é aquele homem de negócios com formação acadêmica, especializado em produção em massa de determinados produtos agrícolas. É alguém que investe dinheiro em terras, instalações e maquinário, mas não é independente de grandes empresas e redes de comércios. O agricultor moderno representa progresso e desenvolvimento na profissão, mas ainda enfrenta muitos desafios.
Confira os livros da Aprenda Fácil Editora da Área de Agricultura Orgânica:
Manual da Horticultura Orgânica
Cultivo Orgânico de Tomate
Fonte: Biblioteca On-line da Torre de Vigia – Wol.jw.org
por Renato Rodrigues