A terra recomendada é aquela terra do subsolo, sem matéria orgânica, que fica abaixo das raízes, sob pastagem ou campo. Ela é retirada dos barrancos, geralmente utilizada em aterros. Deve-se escolher a terra que não tenha sido utilizada para fins agrícolas e não esteja contaminada por produtos químicos, pragas ou nematoides.
É recomendável utilizar terra de subsolo, rica em macro e micronutrientes, sem muitas raízes e pedras. As terras argilosas e avermelhadas (ou terras de matas) são as mais indicadas porque retém melhor os nutrientes. Prefira utilizar solo com maior capacidade tampão. Caso seja excessivamente argilosa, misture à terra, na proporção de 30% do seu volume, capim picado ou casca de arroz semidecomposta.
A relação C/N ideal é 25 a 30/1. Quando baixa (C/N <20/1), há excesso de N e S, podendo ocorrer podridão do material, devendo, então, adicionar terra ou serragem. Quando alta (C/N> 35/1), há excesso de C e falta de N, ocorre então uma decomposição lenta. Acrescente fontes ricas em N, como estercos e resíduos orgânicos.
Para saber o teor de umidade adequado: quando um punhado de composto for apertado na mão, se não escorrer água, mas sentir umidade, o teor é de 50 a 55%. Se soltar um pouco de água, ela terá em torno de 60%. A umidade estará acima de 60% quando, ao ser apertada a mistura na mão, esta começar a liberar água entre os dedos.
Neutraliza-se o excesso de umidade, misturando, à pilha, volumosos como casca de arroz ou palha de arroz picada. Para manter a umidade ideal, deve-se cobrir a pilha com folhas de bananeiras ou lona plástica. Proteger do vento, do sol e da chuva. Podem ser instalados os montes sob a sombra de árvores.
Na produção dos compostos, temperatura igual ou acima de 70°C são críticas para os
microrganismos úteis, pois nessas condições eles são eliminados.
Deve-se evitar que a temperatura do composto ultrapasse a 70oC, se isto ocorrer, esparrama-se a mistura, deixando-a assim até o dia seguinte, quando deve ser ajuntada novamente.
A diferença do Bokashi com os demais compostos é que sua temperatura eleva-se com apenas um dia de fermentação, devendo ser revolvido todos os dias.
Recomenda-se medir a temperatura constantemente. O ideal é utilizar um termômetro de cabo comprido. Caso não tiver, finca-se uma barra de ferro no monte de composto.
Para saber a temperatura, ao retirar a barra de ferro do composto, segure a ponta que estava fincada, caso esteja tão quente que não possa ser segurada, a temperatura do composto deve ser reduzida, portanto esparrame-a.
Qualidade de Composto
O composto orgânico, para ser utilizado, deve estar totalmente pronto, para que não ocorra fermentação no solo. O composto ficará pronto quando a temperatura começar a baixar e ficar próxima ao ambiente, distinguindo-se ainda os componentes, parcialmente decompostos.
A má decomposição provoca acidificação do terreno, pela retirada de oxigênio. Isto causa danos à germinação das sementes e ao desenvolvimento das raízes das plantas em crescimento. O gás metano e a amônia, formados no processo de fermentação, enfraquecem as raízes e causam má formação dos brotos.
O composto deve ser completamente isento de sementeiras invasoras, e livre de contaminantes químicos e biológicos. Em condições adequadas, o composto pode ser armazenado até seis meses.
Retirado do Livro Agricultura Orgânica