Fabiano Alvim Barbosa, autor do Livro AFE Administração de Fazendas de Bovinos – Leite e Corte, destaca que obter alta lucratividade na atividade leiteira é o que todo produtor quer, mas, para atingir esse objetivo, é imprescindível implementar um bom método de gestão na atividade, indo muito além de números.
Muita gente acredita que gerenciar qualquer atividade econômica é descomplicado: basta somar a receita, subtrair as despesas e o resultado será o lucro. De certa forma, esse cálculo também está atrelado à administração geral da atividade, mas ela não se resume a isso nem é tão simplificada quanto parece.
Em se tratando de uma empresa rural, deve-se levar em conta uma série de fatores que são importantíssimos para a eficiência da gestão. Na pecuária leiteira, a quantidade de litros de leite produzidos por dia não importa muito se o gestor consegue manter o seu negócio funcionando sempre corretamente.
Há alguns fatores produtivos que têm influência direta na eficiência do sistema de produção leiteiro. Por conta disso, é essencial conhecê-los e aplicar esse conhecimento da melhor forma possível. Confira:
Terra
Para a implementação de uma atividade produtiva no contexto rural, é necessário ter uma área de terra, seja ela própria ou arrendada. Comumente, produtores costumam achar a sua terra pequena para a produção de leite, o que pode ser desmitificado quando se sabe gerenciá-la a fim de explorá-la ao máximo.
Em relação à terra, o seu potencial produtivo pode ser melhorado com algumas atitudes simples: melhorando a fertilidade do seu solo, cultivando plantas forrageiras com maior potencial produtivo e manejando corretamente o sistema de interação entre forragem e animais.
Capital
Certamente, sem capital, não há como fazer investimentos no seu negócio. Entretanto, muitos produtores não sabem, mas o capital não é apenas aquele dinheiro que se pode “mensurar”. Em muitos casos, há um capital “subutilizado” na forma de rebanhos, o que torna importante a realização de uma boa gestão desse rebanho, com a finalidade de otimização do capital para utilização em melhorias na propriedade.
Nesse panorama, visando a melhor gestão do seu rebanho, identificar animais improdutivos e de descarte – como vacas secas e vazias, com mastite crônica ou que apresentem problemas reprodutivos, que podem e devem ser transformadas em dinheiro – e, quando todo o seu sistema de produção estiver sob controle, buscar crédito para investimento na atividade leiteira.
Trabalho
O manejo diário dos animais e também do negócio depende do trabalho de pessoas. Em propriedades menores, essa tarefa fica a cargo dos familiares, mas também há a possibilidade de contratação de mão de obra especializada. Esse fator não pode ser deixado de fora quando o objetivo principal é a otimização da gestão pecuária leiteira.
No entanto, ainda que ele seja realizado pelos próprios familiares, é crucial criar uma estrutura que facilite o trabalho diário. Por exemplo, a mecanização de tarefas e melhorias na sala de ordenha ou na irrigação de pastagens são algumas melhorias que tornam a rotina da propriedade mais simplificada.
Conhecimento
Por fim, mas não menos importante, o conhecimento permitirá que todos os fatores anteriores sejam internalizados e compreendidos pelos gestores. Quando se sabe o que está fazendo, a terra é melhor aproveitada, o capital consegue ser bem gerenciado e o trabalho é facilitado com a implantação de melhorias em todo o sistema. Logo, os resultados da propriedade leiteira são maximizados.
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Fonte: Milk Point – milkpoint.com.br
por Renato Rodrigues
