A cutia é um mamífero roedor de pequeno porte, chegando a medir de 49 a 64 cm. Tem hábitos diurnos e vive em áreas do Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Parentes da Paca e da Capivara, esse animal silvestre tem ganhado espaço nas propriedades, sendo apreciado pelo sabor de sua carne e grande potencial econômico.
Fábio Morais Hosken e Ana Cristina da Silveira, autores do Livro Criação de Cutias, da Aprenda Fácil Editora, garantem que “Esse tipo de criação vem se destacando a cada dia no país, pois o território brasileiro apresenta condições favoráveis à implantação dos criatórios, além de abrigar grandes populações nativas em várias regiões. Os exemplos de domesticação de espécies de animais silvestres são poucos, mas demonstram claramente o potencial existente para a produção de proteína de excelente qualidade e receitas financeiras para a comunidade rural.”.
Na hora de criar cutias, você deve estar atento a vários detalhes. Fique de olho:
Criação mínima:
1 macho e 3 fêmeas
Custo:
em média, cada animal custa R$800. A instalação de baias para a criação fica em torno de R$3mil
Prazo de retorno:
28 meses
Reprodução:
2 a 4 filhotes por ano
Para começar:
Recomenda-se o acompanhamento de um profissional especializado para auxiliar na elaboração do projeto de criação. Projeto feito, procure um órgão ambiental do seu estado ou município para legalizar o seu projeto e permitir a sua criação.
Ambiente:
Por ser um animal rústico, a cutia suporta variações de temperaturas. Mas, providencie um lugar sombreado e calmo, que assegure a tranquilidade dos animais.
Instalações:
Para abrigar até cinco fêmeas e um macho, as baias, com 3x4 metros de área cada e cobertura total ou parcial, são as mais indicadas. Devem ser cercadas com tela tipo alambrado, do teto à base, feita de muretas de alvenaria de 40 cm. É importante cimentar o piso, de forma a facilitar a limpeza e evitar que as cutias cavem buracos na terra e fujam. Para a hidratação e o banho, um tanque de 1 m² e 25 cm de profundidade é suficiente.
Caixa-ninho:
Em cada baia, introduza uma toca, que pode ser confeccionada de madeira ou alvenaria, com 1,10 m de comprimento para 70 cm de largura. A fêmea costuma forrar o ninho com palha seca, o que ajudar a reter a umidade da caixa.
Cuidados:
Mais comuns entre as cutias, verminose e pneumonia podem ser evitadas se um programa de aplicação de vermífugos for regularmente seguido e a caixa for mantida sem umidade.
Alimentação:
Herbívora, a cutia costuma alimentar-se de hortaliças, como a abóbora, tubérculos, como a mandioca, grãos, como o milho e a soja, cana-de-açúcar, sementes, coquinhos de palmeiras, castanhas e frutas, como banana, maçã, laranja e outros. De forma a complementar a dieta desses mamíferos, a ração dada a coelhos também pode ser oferecida. Por ser também roedora, gosta de roer troncos de goiabeira.
Reprodução:
Esse animal atinge a maturidade sexual aos 10 meses de idade. A partir desse período, estão prontos para a reprodução. A gestação dura, em média, 104 dias e geralmente nascem dois filhotes, podendo parir duas vezes ao ano. Quando completa três meses de idade, inicia-se a recria, transferindo o filhote para outra baia. Aos 12 meses, quando atingem aproximadamente 3 a 4 kg, o animal está pronto para o abate.
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Fonte: Revista Globo Rural – revistagloborural.globo.com
por Renato Rodrigues